ATA DA QUADRAGÉSIMA
TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEXTA LEGISLATURA, EM 20-5-2013.
Aos vinte dias do mês de
maio do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela,
Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger,
Mario Fraga, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Tarciso Flecha Negra e
Waldir Canal. Constatada a
existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu
Brasinha, Any Ortiz, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Luiza
Neves, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota e
Sofia Cavedon. À MESA, foram
encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 145/13 (Processo nº 1503/13),
de autoria da vereadora Any Ortiz; o Projeto de Lei do Legislativo nº 113/13
(Processo nº 1267/13), de autoria do vereador Christopher Goulart; o Projeto de
Lei do Legislativo nº 130/13 (Processo nº 1393/13), de autoria do vereador
Clàudio Janta; os Projetos de Lei do Legislativo nos 119, 136, 148 e
149/13 (Processos nos 1299, 1444, 1520 e 1526/13, respectivamente),
de autoria do vereador Dr. Thiago; o Projeto de Lei do Legislativo nº 156/13
(Processo nº 1577/13), de autoria do vereador João Carlos Nedel; os Projetos de
Lei do Legislativo nos 125 e 129/13 (Processos nos 1328 e
1375/13, respectivamente), de autoria da vereadora Luiza Neves. Do EXPEDIENTE,
constou Ofício do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitido no
dia dez de maio do corrente. Durante a Sessão, foram aprovadas as Atas da
Vigésima Quarta, Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima e Vigésima
Oitava Sessões Ordinárias. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, à senhora Jacqueline Sanchotene, Coordenadora do Movimento
Viva Gasômetro, que discorreu sobre o projeto de criação do Parque Corredor do
Gasômetro. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os
vereadores Jussara Cony, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Tarciso Flecha Negra,
Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol, Cassio Trogildo e Marcelo
Sgarbossa manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o
tema em debate, à senhora Jacqueline Sanchotene. Às quatorze horas e cinquenta minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinquenta e um minutos. A
seguir, por solicitação do vereador Tarciso Flecha Negra, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Ilmo da Silva, ativista do
Movimento Negro e fundador do grupo Palmares. Em prosseguimento, o vereador
Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, indeferido pelo senhor
Presidente, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão.
Também, a vereadora Lourdes Sprenger procedeu à entrega, ao senhor Presidente,
de abaixo-assinado pela permanência e manutenção do “cachorródromo” do Parque
Farroupilha. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Alceu Brasinha, em
tempo cedido pelo vereador Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Elizandro Sabino. Às quinze horas e dezoito minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/09 (Processo nº 0684/09). Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 016/09, por
dezessete votos SIM, quatro votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, em votação nominal
solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger, Luiza Neves,
Mario Fraga, Mario Manfro, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol,
Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal, votado Não os vereadores Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Marcelo Sgarbossa e Mauro Pinheiro e optado
pela Abstenção os vereadores Delegado Cleiton, Guilherme Socias Villela, Mônica
Leal, Nereu D'Avila e Professor Garcia. Foi aprovada a Emenda nº 02 aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 016/09. Foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 016/09, por dezenove votos SIM e nove ABSTENÇÕES, em votação
nominal solicitada pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Lourdes
Sprenger, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra e
Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores Delegado Cleiton, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila e Professor Garcia. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 022/12
(Processo nº 0373/12), após ser discutido pelo vereador Reginaldo Pujol. Em
Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/11
(Processo nº 0992/11), discutido pelos vereadores Bernardino Vendruscolo,
Elizandro Sabino, Clàudio Janta, Idenir Cecchim, Reginaldo Pujol, Mauro
Pinheiro, Sofia Cavedon, Nereu D'Avila e Professor Garcia. Durante a discussão
do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/11, os vereadores Mario Fraga e
Marcelo Sgarbossa cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos
vereadores Reginaldo Pujol e Bernardino Vendruscolo. Em Discussão Geral e
Votação, foi votado o Projeto de Lei do Executivo nº 042/11 (Processo nº
3558/11), o qual obteve cinco votos SIM, seis votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após
ser discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores Marcelo
Sgarbossa, Airto Ferronato e Professor Garcia, em votação nominal solicitada
pela vereadora Fernanda Melchionna, tendo votado Sim os vereadores Bernardino
Vendruscolo, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Mônica Leal e Paulo Brum,
votado Não os vereadores Fernanda Melchionna, João Derly, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia Cavedon e optado pela Abstenção os
vereadores Clàudio Janta e Professor Garcia, votação essa declarada nula pelo
senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezesseis horas e cinquenta e quatro
minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Também, foi apregoado o Memorando nº 018/13,
de autoria do vereador Pedro Ruas, deferido pelo senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, no dia vinte e dois
de maio do corrente, em Audiência Pública da Ouvidoria do Tribunal Regional
Eleitoral do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Idenir Cecchim e Engº Comassetto. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro, em tempo cedido
pelo vereador Pedro Ruas, e Elizandro Sabino, em tempo cedido pelo vereador
Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Idenir
Cecchim e Clàudio Janta e a vereadora Sofia Cavedon. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 137/13;
em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 005/13. Durante a Sessão, os vereadores
Paulo Brum, Waldir Canal e Nereu D'Avila manifestaram-se acerca de assuntos
diversos. Às dezessete horas e trinta e oito minutos, constatada a inexistência
de quórum, em verificação solicitada pela vereadora Mônica Leal, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel e secretariados
pelo vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação as Atas disponíveis nas Pastas
Públicas do correio eletrônico: Atas da 24ª a 28ª Sessões Ordinárias. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADAS.
Passamos à
A Sra. Jacqueline
Sanchotene, Coordenadora do Movimento Viva Gasômetro, está com a palavra, pelo
tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao Parque
Corredor do Gasômetro.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Boa-tarde a
todos e a todas. Nós, do Viva Gasômetro, temos nos sentido no período da
ditadura desde o episódio de 6 de fevereiro, episódio conhecido como “A
derrubada das árvores”. O Executivo, membros do Legislativo e do Judiciário
passaram a defender o desrespeito à Lei. O Plano Diretor foi transformado pela
imprensa, por membros do Executivo Municipal, em um “plano de intenções”;
segundo palavras deste, “o Plano Diretor contém intenções”. Atônitos estamos ao
termos que defender a principal Lei do Município, a Lei do Plano Diretor, junto
aos acima citados. A Cidade que já foi referência pela participação popular –
OP e Fórum Social Mundial – e que ainda hoje recebe prêmios por isso, agora se
transforma, tenta desqualificar as lutas empreendidas pela população. Ao mesmo
tempo, a Cidade se vê envolvida em escândalos: o das licenças ambientais, o da
SMOV, o do aumento das passagens, o da Feira do Peixe.
Com tudo isso, o Executivo Municipal insiste em
desrespeitar a população. Nos sentimos desrespeitados, quando, por exemplo, o
Executivo convoca seus funcionários para confrontar, nesta Casa, os movimentos
sociais.
Queremos afirmar nesta Casa, que só aconselha a
duplicação da via no Gasômetro na forma de via na superfície, quem não
frequenta o Gasômetro; quem frequenta este local é testemunha da multidão que
acomete este local durante, e principalmente, aos finais de semana.
Queremos também afirmar que, em quase sete anos de
movimento, pudemos presenciar, no Gasômetro, a apenas dois engarrafamentos, no
trecho apontado como Corredor Parque do Gasômetro; em compensação, foram
incontáveis os atropelamentos, inclusive com morte. Entendemos que, se a
duplicação da via for feita na superfície, este risco será potencializado.
Queremos, mais uma vez, contar aqui, nesta Casa,
nossa história, mas, desta vez, com enfoque em nossa participação no Plano
Diretor.
Era uma noite de quarta-feira, 7 de março de 2007.
Nosso recém-criado movimento, o Viva Gasômetro, desembarcava pela primeira vez
na Câmara Municipal de Porto Alegre para assistir a primeira apresentação
preparatória para a revisão do Plano Diretor que se avizinhava. O então
Secretário Municipal de Planejamento, José Fortunati, convocava a população
para participar. Nós, do Viva Gasômetro, nos reuníamos em nossa sede oficial –
a calçada da Rua General Salustiano, em frente ao nº 294 – e conversávamos com
os moradores da região e com os transeuntes sobre as melhorias que estes
desejavam para o Gasômetro. As reuniões seguintes aconteceram no auditório da
Secretaria de Planejamento do Município. Foi neste local que tivemos
conhecimento de um estudo para o centro da Cidade, estudo este feito por
integrantes da Região de Planejamento 1, coordenado pelo Arquiteto D’Almolin,
estudo que previa diversas ações para o centro da Cidade, entre elas um Parque
no Gasômetro. De posse desse estudo, o apresentamos a diversos integrantes do
Viva Gasômetro e a moradores da região, e a decisão foi unânime. Decidimos
somar nossas lutas à luta por um Parque no Gasômetro. No total, foram 12 ações
sugeridas à revisão do Plano Diretor de Porto Alegre.
Após a anulação de duas audiências públicas, uma
realizada na UFRGS e outra no Ginásio da Brigada, a revisão do Plano Diretor
passa a ser acompanhada – além dos grupos ligados à Secretaria do Planejamento
– pela Câmara Municipal, também através do recém criado Fórum de Entidades, que
congregou mais de 80 entidades da sociedade civil, sugerindo emendas ao Plano.
Na Câmara Municipal, o Ver. Comassetto nos apontou
o caminho do gravame do Corredor Parque do Gasômetro e apresentou a emenda que
posteriormente criou o Parque em nosso nome. Tivemos uma primeira tentativa de
votar o Plano, mas não vingou. O então Relator, Ver. Luiz Braz, incluiu em seu
relatório a criação do Corredor Parque do Gasômetro. Mas, após quatro anos de
mandato, a Câmara não votou a revisão. Era 2008, e a Câmara decide que teríamos
que começar tudo de novo.
O Ver. Comassetto apresenta novamente a emenda em
nosso nome, e novamente ela faz parte do Relatório. Em setembro de 2009, é
votada e aprovada por unanimidade nesta Casa. O art. 54, inc. XXI, prevê a
criação do Parque do Gasômetro, que deverá ser composto minimamente pelas
Praças Brigadeiro Sampaio, Júlio Mesquita, ponta do Cais Mauá e Orla do
Gasômetro. Muito próximo da votação de nossa emenda ao Plano Diretor, o Projeto
Cais Mauá apresenta, em audiência pública, a primeira versão. Nesse Projeto, o
grupo do Arquiteto Jaime Lerner previa um prédio de cem metros de altura para o
terreno imediatamente ao lado da Usina. Era isso que estava previsto para o
Gasômetro pelo Projeto Cais Mauá. Por pressão dos movimentos sociais, incluindo
o Viva Gasômetro, quando o Projeto veio para votação na Câmara, em 21 de
dezembro de 2009, ele previa para o Gasômetro um prédio de 12 metros e um
gramado em torno desse.
Nós entendemos que, por pressão de nosso movimento
junto a gestores do Cais Mauá, nosso projeto do Corredor Parque do Gasômetro
havia sido adotado por eles. Nosso parque está no Plano Diretor da Cidade, como
já dissemos, no entanto, uma falha do Executivo, a não criação da Lei
Complementar no período de 18 meses, lei que definiria o trajeto total e a
forma do Corredor Parque do Gasômetro, é usada de forma a nos fragilizar. Desde
nossas primeiras intervenções em favor do Parque, sempre apontamos o caminho do
entrincheiramento dos carros, com o gramado por cima, criando uma esplanada.
Sempre apontamos também o desejo de que a extensão do Corredor do Parque tenha
início na Praça Brigadeiro Sampaio até a escultura do Xico Stockinger, próximo
à Câmara Municipal. Vale ainda lembrar que a data em que efetivamente o
Corredor Parque do Gasômetro foi criado foi 22 de julho de 2010, quando a
revisão do Plano Diretor foi sancionada.
Nossa forma de agradecer a todos que colaboraram na
inclusão do Corredor Parque do Gasômetro no Plano Diretor foi prestar uma
singela homenagem entregando o Troféu Viva Gasômetro, em 2009, ao Ver. Engº
Comassetto; em 2010, ao conjunto dos Vereadores, e quem recebeu o troféu foi
Nelcir Tessaro, então Presidente da Casa; e, em 2011, a José Fortunati,
Prefeito Municipal, que recebeu por ter sancionado o art. 154, inc. XXI, que
criou o nosso Parque.
Essa é a história da nossa luta e pedimos que todos
se somem a ela. Abraços.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Em primeiro lugar, Jacqueline, os cumprimentos da nossa Bancada, do
PCdoB, em meu nome e em nome do Ver. João Derly. Acho que tu fizeste um resgate
histórico de toda essa luta. Creio que já houve outros momentos, pelo menos na
nossa volta aqui para a Câmara Municipal, em que discutimos, com este Plenário
cheio, a importância da inclusão do Parque do Gasômetro nesse processo.
De uma vez por todas, esse Parque tem que
acontecer, porque ele é fruto da luta popular. Há um grupo de trabalho
nesta Casa, trabalhando nesse sentido, mas o que eu queria colocar aqui é
exatamente sobre o que tu disseste, ou seja, nós ficamos fragilizados porque
essa Lei não foi regulamentada. O que eu quero dizer com isso? Fragiliza-se
toda uma luta, toda uma história; tu resgatas inclusive o papel do Ver.
Comassetto, de outros Vereadores, enfim, desta Câmara Municipal, nesse
processo, porque a Lei não foi regulamentada pelo Executivo.
Eu quero, mais uma vez – e acho que este é o
momento –, colocar que esta Câmara, por meio da Mesa Diretora e do nosso
Presidente, deve se unificar, em todas as suas Bancadas, para nós
regulamentarmos essa Lei. Ao fim e ao cabo, deve-se isso à cidade de Porto
Alegre, à luta de vocês. Que este momento sirva para que tenhamos essa decisão.
Essa é uma decisão política! Quando o Executivo não regulamenta, esta Câmara
tem o dever e o direito de regulamentar. Então, eu creio que este é o momento
de nós deixarmos muito claro, de também todas as Bancadas se unificarem, e a
Mesa Diretora coordenar para que a gente regulamente uma Lei construída com a
luta do povo, que teve receptáculo nesta Câmara Municipal.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Boa-tarde, Jacqueline; Sr. Presidente, eu tenho orgulho de eu e a minha
central termos um troféu do Projeto Viva Gasômetro, esse Projeto que leva
cultura, entretenimento às pessoas do Centro Antigo de Porto Alegre e
principalmente a luta, que tu encampas, de transformar essa área em uma grande
área de convívio das famílias do Centro de Porto Alegre e das famílias de Porto
Alegre. Hoje, nós temos os parques do entorno do Centro, como o Farroupilha,
Redenção, Marinha do Brasil, que são parques da Cidade. Então, nós queremos que
o Gasômetro seja um parque da Cidade, queremos que o Gasômetro se integre com a
Cidade. Este Projeto a Prefeitura está fazendo; há um estudo aqui na Casa para
que seja implementado, do qual tu fazes parte, com membros aqui desta Casa.
Esperamos que, em breve, a cidade de Porto Alegre receba mais um parque, que
seja o Parque do Gasômetro, um parque que, além dos eventos que tu fazes, tenha
uma grande infraestrutura para ajudar a sociedade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Obrigado, Sr. Presidente, quero cumprimentar a Jacqueline Sanchotene,
bem como todas as pessoas que aqui estão, que lutam e ajudam construir o
Projeto Parque Gasômetro. Primeiro, quero agradecer as citações da nossa
painelista e dizer que, na verdade, fiz um papel de porta-voz desse processo
todo. No momento em que aprovamos, esse Projeto é dos 36 Vereadores desta Casa.
E o Projeto de Lei criou o Parque Usina do Gasômetro e criou o Corredor
Cultural do Gasômetro e, neste momento, há todo um debate que está acontecendo.
Eu gostaria de aproveitar e mostrar pela nossa TVCâmara que o prezado Arquiteto
Jaime Lerner propôs fazer no Cais do Porto o rebaixamento da pista. O que nós
estamos sugerindo – já que o nosso Grupo de Trabalho, que foi constituído aqui
pelo Presidente da Casa, parou com os trabalhos –, estamos entregando à Mesa
Diretora a proposta do entendimento de que o espaço físico e o rebaixamento da
Av. Pres. João Goulart, para que possamos fazer um projeto integrado, ou seja,
Sr. Presidente, o senhor que é da Frente Parlamentar do Turismo: Cais do Porto,
Praça Júlio Mesquita, Praça Brigadeiro Sampaio, orla do Guaíba, Usina do
Gasômetro, tirando, fazendo com que os veículos ali entrem, e fique um grande
parque para a cidade de Porto Alegre. Essa sugestão já entregamos ao
Vice-Prefeito e ao Prefeito Fortunati, que é uma proposta para construirmos em
conjunto aquilo que todos nós queremos: o Parque Usina do Gasômetro. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Tarciso Fecha Negra está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FECHA NEGRA: Presidente, obrigado. Cumprimento aqui a Jaqueline pela sua luta.
Jaqueline, tu tens todo o apoio da nossa Bancada do PSD, meu e do Ver.
Bernardino Vendruscolo, e, em particular, o meu apoio. Por ser vizinho ali do
Gasômetro há 13 anos, eu sei da tua luta e sei o quanto o nosso Gasômetro é
maravilhoso e pode ficar mais ainda. Então, meus parabéns. Contem com o apoio
da nossa Bancada e com o apoio deste Vereador em particular. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Prezada Jacqueline Sanchotene, coordenadora do
Viva Gasômetro, em teu nome, eu cumprimento todos os integrantes do Movimento.
Em nome da Bancada do PSOL, queria cumprimentar a luta de vocês, a luta que
conquistou que fosse gravado no Plano Diretor um parque urbano, integrando o
Gasômetro, a Praça Brigadeiro Sampaio e a Praça Júlio Mesquita. Certamente,
vocês podem contar com o nosso apoio e a nossa luta para que, de fato, essa
legislação seja regulamentada e, portanto, torne-se realidade. Mas eu não posso
deixar de registrar que, no momento em que os movimentos lutam para que se
transforme um parque urbano, no coração da nossa Cidade, ali, integrando essas
três praças, nós vemos os projetos da Prefeitura na contramão da luta dos
movimentos ambientalistas, do Movimento Viva Gasômetro, do movimento social da
nossa Cidade, porque tem um Projeto que corta 115 árvores; 14 já foram
cortadas, um verdadeiro “arvorecídio”, e, infelizmente, a Justiça liberou o
corte de mais 101 árvores, justamente na Praça Júlio Mesquita e arredores,
atacando o conceito máximo dos parques, que é garantir a arborização, a fauna,
a flora. Infelizmente, outro projeto nefasto é transformar a praça Júlio
Mesquita em um estacionamento. É, de fato, ridículo colocar os pedestres, os
ciclistas em risco, aumentar a velocidade de uma via, separar as pessoas do
parque, permitir o corte de árvores em um espaço que deveria ser preservado, ao
mesmo tempo em que vemos a poluição atmosférica da nossa Cidade aumentar. Portanto,
quero cumprimentá-la pela tua luta; conta com a Bancada do PSOL, assim como os
outros movimentos ambientalistas que hoje convocam uma mobilização para
defender as árvores e, de fato, conquistar um parque urbano naquela Região.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver.ª Fernanda Melchionna. O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente; Sra. Jacqueline, é uma pena que a população aqui do
Gasômetro não a acompanhe; eu tenho seguido com atenção sua luta e vejo apenas
três ou quatro pessoas que sempre a acompanham, precisaria vir mais gente para
ajudá-la. O projeto do Parque não foi abandonado; se olharmos o Parque da Redenção,
a Av. Setembrina que corta... Eu me lembro que, na Administração do PT, se fez
aquela ruazinha do lado do viaduto; os ambientalistas também protestaram; o PT
prometeu que faria e voltaria depois das obras. Continua lá a estrada. Então,
continua...
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Não, a Prefeitura era de vocês e vocês não fizeram – está me ajudando o
Ver. Mauro Pinheiro aqui.
As obras não querem excluir o Parque! Dá para fazer
as duas coisas. O que eu lamento é que nem a senhora e ninguém de lá, um dia se
levantou – como eu estou fazendo aqui, e já faz um ano – pedindo para retirar
aquele trambolho do “trem Coester”. Se, no lugar de cada coluna de concreto
daquela, plantassem uma árvore, vai ver que recuperariam. Eu não vi ninguém
reclamar disso. Isso sim é um trambolho que complica a vida urbana da Cidade,
que estraga a visão da Cidade, aquela coisa bonita, a Praça. Ali sim, se cada
coluna de concreto daquelas fosse uma árvore, daria para fazer muitas rodas de
chimarrão. Eu quero cumprimentá-la pela luta, mas acho que ninguém quer
descumprir a Lei. A Lei foi ouvida, e foi dado de três a zero na Câmara. Acho
que temos que, não nos dobrarmos, mas, sim, acatarmos. Às vezes, temos que
acatar. Sempre, da Justiça, a gente acata; pode-se discordar, mas acatar o que
a Justiça diz. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Vereador-Presidente, eu quero cumprimentar a nossa
ocupante da Tribuna Popular, a Jacqueline. Não é a
primeira oportunidade que ela nos prestigia com a sua presença; é a décima vez,
assina ela. Se eu tenho alguma coisa a lamentar nessa hora, seria uma
impropriedade de minha parte, mas, de qualquer forma, eu registro o seguinte:
que pena que V. Exa. não se elegeu Vereadora! Porque, se tivesse sido eleita,
esse assunto era melhor encaminhado aqui na Casa. Porque eu lhe conheço e sei
que V. Exa. está lutando seriamente com desejo de ver resolvido o assunto. Eu
vejo que tem muita gente que aqui quer manter o discurso, pouco se importando e
se vai ser resolvido ou não o problema. Aliás, diga-se de passagem, o seguinte
– e eu já disse isso em nossas reuniões, e V. Exa. teve oportunidade de ouvir:
a Câmara se omitiu nesse processo! Porque o que está dito na Lei do Plano
Diretor é que será encaminhado um projeto de lei, aqui não diz que,
necessariamente, tenha que ser do Executivo. Cabia à Câmara ter, no vazio, já
que o prazo não foi cumprido, proposto a lei, que seria ou não aprovada, seriam
dirimidas na deliberação legislativa as dúvidas que, por acaso, viessem a
persistir, se é o complexo do corredor, se é o parque, enfim, tudo isso que já
teria condição de ter sido resolvido. De qualquer sorte, Jacqueline, em que
pese em algum momento parecer até que tu estás magoada comigo, eu quero te
dizer o seguinte: eu continuo compreendendo a tua causa e me posiciono com ela
com a mesma coerência que me posicionei no passado. O discurso de hoje é o mesmo
de ontem e será o mesmo de amanhã. Eu sou pela implantação do Parque, de forma
definitiva. Isso, a lei o faria. Eu disse no dia da assembleia geral aqui que o
meu compromisso com a implantação do Parque é tomado. Dimensões, detalhes,
ficam em segundo plano. Muito obrigado por ter vindo mais uma vez aqui.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Sr. Presidente; Jacqueline, em nome da Bancada do PTB – dos Vereadores
Elizandro, Alceu Brasinha e Paulo Brum –, eu sou um dos Vereadores que foi
designado pela Mesa Diretora desta Casa para compor a Comissão que está
discutindo a implantação do Parque Corredor do Gasômetro. Venho a este microfone
para dizer que nós não somos contra a implantação do
Parque – aliás, o Parque é um dispositivo que foi estabelecido na revisão do
último Plano Diretor –, agora, enganam-se aqueles que dizem que o Parque foi
criado; o parque não foi criado, ele depende de leis específicas para
estabelecer o seu perímetro, e era nisso que a Comissão estava trabalhando
quando foi interrompida em função das questões judiciais.
Uma outra questão
muito importante é que o estabelecimento do Parque... E não vou ser eu que vou
dizer como é que deve ser encaminhado o Movimento, mas este Vereador, assim
como a nossa Bancada, quer que o Parque seja, sim, implantado, mas a lei cria o
perímetro, como cria qualquer outro parque, e as questões executivas de como
vai ser a via, a sua implantação, ou a mudança da via, farão parte, depois, do
projeto do Executivo. E isso nós precisamos deixar muito bem claro porque essa
discussão tem sido feita, no meu entendimento, de uma maneira não correta, de
uma maneira distorcida, no sentido de que, primeiro, se implante o Parque, e as
questões do projeto do Executivo, de como vai ser o Parque, fiquem para um
outro momento.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra, nos termos do artigo 206 do Regimento, pela
oposição.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa-tarde,
Jacqueline, colegas do Movimento, acho que não há uma discordância em relação a
se ter ou não um Parque; agora, quando a gente fala em como fazer esse Parque,
aí começam os problemas.
Eu acho que também
teria que haver consenso na seguinte questão: não tem como se ter um Parque com
uma espécie de freeway que o
atravessa no meio. Isso me parece... O Ver. Cecchim sempre gosta de lembrar o
tempo da Administração do PT, dando o exemplo da rua Setembrina, mas ele tem
que conjugar com o momento atual, e o momento atual é um momento em que não se
tolera mais, ou pelo menos não se deveria tolerar, espaços maiores para o uso
do automóvel individual. Isso esconde o debate que está por trás, que é o
incentivo aos meios alternativos de transporte e o transporte coletivo. Então,
percebam que fazer ali uma espécie de uma freeway
vai de encontro ao que se tem de bom num Parque – ainda mais o Vereador
Brasinha querendo que os automóveis passem a 70 quilômetros por hora. Então,
não me parece, em lugar nenhum do mundo, em lugares em que os automóveis
predominam também... E há em Porto Alegre, hoje, em torno de cem emplacamentos
diários, então, abrir mais espaço para o uso do automóvel, sem considerar, como
bem foi colocado no grupo de trabalho, as alternativas tecnológicas e
locacionais... Por exemplo, por que não se discute, se é um problema de fluxo,
de ter que abrir ali a via que passa por dentro do Parque, a inversão da via,
como ocorre na Av. Copacabana no Rio de Janeiro, em que, de manhã, só vai, e,
de tarde, só vem. Então, acho que temos que fazer o verdadeiro debate agora, e o verdadeiro debate tem que ser feito agora. Se a Justiça
autorizou o corte das árvores, isso não significa que agora o Poder Público
está obrigado a fazer a rodovia passando por dentro do Parque. Ela simplesmente
autorizou, então, ainda está na decisão política.
Que bom que tudo aqui
fica registrado nas notas taquigráficas, Ver. Nedel, porque, se sair essa
quadriplificação da pista, daqui a alguns anos, ela já estará congestionada,
com certeza, inevitavelmente, e nós poderemos recorrer às notas taquigráficas
para vermos que o dinheiro colocado ali poderia ter sido investido em outras
formas de transporte alternativo, inclusive com políticas de restrição aos
automóveis e não de incentivo a eles. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Sra.
Jacqueline Sanchotene está com a palavra para as considerações finais.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Em primeiro
lugar, quero dizer que só a Bancada do PTB não entendeu que o Parque existe no
Plano Diretor, está no art. 154, inciso XXI, e independe da criação de Lei
Complementar. Eles poderiam se informar com a Justiça e com o Ministério
Público, que parece ter entendido.
Também quero dizer ao
Ver. Reginaldo Pujol que ele mora no meu coração, independente da sua posição,
porque ele sempre foi uma pessoa muito clara para mim. Então, não temos
problema em pensar diferente, a gente tem que lutar com vigor e com limpeza no
coração.
Quero dizer ao Ver.
Idenir Cecchim que, sim, há poucos integrantes do Movimento aqui, ele tem
razão, a gente gostaria que viessem mais, mas eles não param de bater na minha
casa, que é na frente da Praça, pedindo coisas para trazermos aqui para a
população. Então, é um Movimento representativo da comunidade. Mas eu comungo
da sua opinião.
E quero agradecer ao
pessoal do Movimento Viva, ao José; especialmente à Mercedes, que é a nossa
coordenadora do Programa de Ioga, por terem vindo aqui; e à Flávia Amâncio,
também. E também agradeço muito a todos os Vereadores que se manifestaram, até
ao Ver. Trogildo, que se manifestou contrariamente.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado,
Jacqueline Sanchotene. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h50min.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 14h51min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Ilmo da
Silva, um grande intelectual, ativista do Movimento Negro e fundador do grupo
Palmares, que ajudou a instituir o Dia da Consciência Negra.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
REGINALDO PUJOL (Requerimento): Solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para
que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia. Após, retornamos à ordem
normal.
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Reginaldo Pujol, uma vez que uma das oradoras
do Grande Expediente, a Ver.ª Séfora Mota, não se encontra no plenário neste
momento, não podendo ser consultada, não é possível deferir o seu Requerimento.
Passamos ao
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Grande Expediente,
por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, quero agradecer primeiramente ao meu querido amigo Reginaldo Pujol
por me ceder seu tempo em Grande Expediente. Então quero agradecê-lo e, ao
mesmo tempo, cobrá-lo, porque ele é um grande pé-frio: foi para a Colômbia,
acompanhando o time do Grêmio, para perder.
Senhores, as coisas boas que acontecem na Cidade e
que vêm acontecendo no Rio Grande, eu sempre reconheço. Reconheço quando o
Governador Tarso faz as suas boas ações, o seu bom trabalho, no entanto, a
oposição, aqui, ao contrário, não reconhece nada de bom que o Fortunati faz.
Quero falar sobre o Governador Tarso e sobre o
Secretário do Trabalho, Luís Augusto Lara, que vem fazendo um belo trabalho,
Ver. Janta, à frente da Secretaria do Trabalho. Eu nunca tinha visto um
trabalho tão importante quanto esse ProJovem que está sendo feito e que vem
sendo conduzido pelo Secretário Lara. No final de semana, mais precisamente no
sábado, houve um grande feirão para a juventude. Isso é muito importante, e eu
sou um dos que reconhece que o Governador Tarso disponibiliza essa ferramenta
ao Secretário do Trabalho. E, hoje, o Secretário Lara promove mais um feirão de
emprego, senhores, no SINE da Av. Carlos Barbosa. Isso demonstra o bom trabalho
que ele tem prestado à Cidade, ao Estado, bem como o bom trabalho que o PTB tem
feito junto à Secretaria do Trabalho, Ver.ª Luiza Neves. E fiquei surpreso e
feliz ao saber que o SINE também disponibilizou um ônibus para buscar o cidadão
que quer trabalhar. Veja, Ver.ª Mônica Leal, o quanto é importante esse
incentivo. Porque o cidadão, às vezes, não tem o dinheiro da passagem de ônibus
para ir fazer uma entrevista, e o SINE proporciona que não só os empresários
estejam lá para entrevistá-los, mas que o cidadão, quem sabe, possa sair de lá
empregado.
Quero reconhecer o bom trabalho que, no Estado,
está sendo feito pelo Secretário Lara e o bom trabalho do Coordenador do SINE
da Carlos Barbosa, que é o Nicholas Silva da Rosa.
Queridos Ver. Elizandro Sabino, Ver. Cassio
Trogildo – gosto de chamá-lo de Astrogildo, de astro –, sabemos das coisas que
acontecem na Cidade, e há coisas que não podem parar, há obras que não podem
parar, pois fazem parte do conteúdo da Cidade. Quero falar para o Ver. Marcelo
Sgarbossa, que há pouco tempo falou que este Vereador quer implantar uma
velocidade de 70 quilômetros por hora através de um projeto de lei. Mas não é
ali, Vereador, tem de falar onde eu fazer isto. Lá na avenida,
onde não oferece perigo, oferece total segurança para o cidadão, aí eu quero
que seja implantada a velocidade, mas não é aqui. Aqui eu sou contra, perto do
Centro da Cidade sou contra, sou contra até na Avenida Mauá que sejam 60 quilômetros
por hora.
Então, Ver. Cassio
Trogildo, acho que essa obra da Avenida Beira Rio é muito importante para a
Cidade, Ver. Idenir Cecchim. Não podemos parar a Cidade, e a Copa do Mundo vem
aí, faltam poucos dias! E aí vai chegar o ponto em que vão dizer que o Prefeito
não está trabalhando, porque tem obra. E todo mundo já sabia há um bom tempo
que essa obra tinha sido licenciada e agora acontece isso. Não quero discordar
dos senhores que defendem o meio ambiente, que defendem as árvores, mas acho
que se o Prefeito já disse que vai criar o Parque Gasômetro, que vai ser
criado, virá a esta Casa para ser votado, pode ter certeza absoluta, pois
prefeito nenhum iria dar a palavra para a imprensa se não fosse criado. Pode
confiar que vai acontecer o Projeto.
O Sr. Cassio Trogildo: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Só para reiterar que a nossa convidada da
Tribuna Popular, no dia de hoje, ao final da sua manifestação, faltou com a
verdade quando disse que a nossa Bancada é contrária ao Parque. Não foi isso o
que eu disse neste microfone de apartes. Simplesmente manifestei a nossa
posição: em que momento deveria ser discutida a implantação e em que momento
deveriam ser discutidas as questões executivas. Isso está nas notas taquigráficas.
Nós somos a favor da implantação do Parque, até porque é Lei, está na Revisão
do Plano Diretor. E este Vereador, como informou, faz parte da Comissão que
está tratando disso. Portanto, não foi verdadeira a manifestação final, usaram
o dispositivo regimental de vir aqui na Tribuna Popular e, ao final,
distorceram o que eu havia dito. Muito obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver.
Cassio Trogildo. Volto a falar novamente do meu Projeto, Ver. Clàudio Janta,
onde proponho alterar a velocidade em algumas avenidas. Vou falar bem claro
para não ter problema de essas pessoas levarem para o outro lado, Ver. Engº
Comassetto. V. Exa. já sabe, já ouviu várias vezes eu falar e acho que até já
estudou o meu Projeto. Quero dizer que eu sempre cito, por exemplo, o final da
Avenida Bento Gonçalves, Avenida Diário de Notícias, final da Avenida Farrapos,
lá no Aeroporto, porque ali ninguém anda a 60 quilômetros por hora; de noite ali todo mundo anda a 100, 110 quilômetros por hora. Se colocarem pardal lá vão faturar muito. Quero só legalizar uma coisa
que já existe; no final da Assis Brasil. Então, as pessoas gostam de distorcer
as coisas, botar palavra na boca da gente palavras que a gente não falou, Ver.
Nilo Santos. V. Exa. sabe, no ano passado, desde 2010, vem sendo feito esse
Projeto, e as pessoas tentam levar para o outro lado. Eu quero dizer que,
simplesmente, proponho que seja examinado, que seja possível implantar essa
velocidade na 3ª Perimetral.
O Sr. Engº Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, as
divergências que o seu Projeto provoca na Cidade demonstram claramente que a
mobilidade urbana precisa ser tratada como um todo, ter um entendimento como um
todo. Quais são as principais vias de fluxo na Cidade? Se devemos remeter os
carros mais para o Centro ou retirar do Centro? Como priorizamos o transporte
público, essa integração do ônibus com metrô, ciclovia, hidrovia? Esse é um
debate necessário, e o seu Projeto, certamente, está provocando um conjunto de
reações que, se forem analisadas isoladamente, poderão trazer prejuízos ao
debate. A minha sugestão – falei ao meu colega Marcelo Sgarbossa também – é que
temos que conseguir trabalhar a mobilidade urbana como um todo. Muito obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Falava há poucos dias
com o Ver. Marcelo que, no Rio de Janeiro, a Av. Atlântica, numa determinada
hora, inverte a mão do trânsito. Pela manhã, é num sentido; à tarde, é noutro.
Acho que, em Porto Alegre, têm algumas avenidas que podem fazer esse esquema,
se pode implantar esse sistema de trânsito. Se lá, que é uma cidade maior, que
tem muito mais fluxo, muito mais carros, muito mais turistas – lá tem tudo mais
que aqui –, funciona bem, por que aqui não funcionaria? Acho que está na hora
de pensar bem e fazer as coisas acontecerem.
Quero também falar no
Secretário Humberto Goulart, que vem fazendo um belo trabalho na Secretaria da
Indústria e Comércio, um trabalho que ele começou e não parou. Ver. Cecchim,
sei que o senhor foi um Secretário extraordinário, competente, aliás, sempre me
atendeu muito bem e não canso de dizer que, talvez, vão passar muitos anos para
aparecer um Secretário tão corajoso quanto o senhor, que implantou o Centro
Popular. Então, quero dar os meus parabéns ao senhor e ao Secretário Goulart, que
vem fazendo um belo trabalho em conjunto com várias Secretarias, com vários
órgãos do Estado e do Município. Isso é muito importante, Ver. Janta. O pequeno
empresário, o médio empresário... a mesma velocidade que usam para fechar as
casas têm que usar para reabrir, porque aí mostra que o Governo está
funcionando mesmo.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, eu acho que o que nós
precisamos na nossa Cidade é um grande Plano de Mobilidade Urbana. Tudo em Porto
Alegre funciona no mesmo horário: escolas, comércio, bancos. E o que o senhor
disse é verdade: várias ruas em Porto Alegre, no horário de vir para o Centro e
no horário de ir embora, poderiam ter mão invertida, até porque todas as ruas
de Porto Alegre levam para o mesmo local. Por exemplo: Av. Bento Gonçalves e
Av. Ipiranga, Av. Protásio Alves, Av. Nilo Peçanha e Av. Assis Brasil. Então,
acho que essa ideia sua iria ajudar a desenvolver a nossa Cidade e ajudar as
pessoas a se locomoverem melhor.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Janta.
Eu também quero falar do DEMHAB, do Everton Braz, que é do nosso Partido. É um
Secretário jovem, atencioso, que está sendo revelação, Ver. Villela; um
Secretário que tem atendido às demandas imediatamente, que está preocupado com
o cidadão mais humilde lá da vila. Eu acho que os Secretários que estão fazendo
um bom trabalho têm que ser reconhecidos, como o Tarso, do DEP; o André Carús,
do DMLU, um belo Diretor, que tem feito um trabalho impressionante. Na Av.
Ipiranga, no riacho, ele tirou geladeira, fogão, vários objetos lá de dentro.
Há pouco tempo, eu vi um cidadão jogando uma geladeira lá dentro; fui falar com
ele e ele ameaçou me bater! E o Secretário foi lá e tirou. Talvez seja essa
geladeira que foi tirada.
Eu quero aproveitar
estes últimos minutos e falar com o meu amigo, Ver. Mauro Pinheiro. Estou com
saudade do senhor, estou com muita saudade do senhor, Vereador! Eu lembro que,
quando o senhor chegou aqui, sempre cobrava e defendia o pequeno e o médio
empresário. Não tenho mais visto isso, Vereador! Ver. Mauro Pinheiro, nós não
podemos deixar acontecer o que acontece com os pequenos. O senhor sabe que eu
sou muito amigo seu e gosto do senhor, mas eu gostava da sua atitude quando
batia no grupo Walmart! O senhor não tem feito isso; o que é que aconteceu,
Vereador? O senhor não tem batido no Carrefour. Eu mesmo me juntei ao senhor,
vestimos uma camiseta juntos e cobramos, lembra, Vereador? E agora não tem
cobrado, Vereador! Acho estranho, será que o senhor ainda continua naquela de
investigar o lado mais policial? Vereador, estou precisando do seu apoio, temos
que cobrar o Grupo Walmart, temos que cobrar o Carrefour. Já era para estar
pronta a Av. Severo Dullius. Vocês sabem há quanto tempo eles disseram que iam
duplicar e até hoje não está pronta? Pois ela vai ajudar muito a desafogar o
trânsito, vai sair lá na Dona Alzira, e aí? O que está acontecendo, Vereador?
Eu peço ajuda ao senhor, porque é um dos talentosos Vereadores que sempre
cobrava, e quero voltar a ser seu parceiro, para o senhor cobrar, e cobrar com
força. Nós até bolo comemos juntos aqui, e agora estou com saudades do senhor.
Espero que o senhor não tenha mudado de atitude; espero que continue cobrando,
porque esses grandes só vêm lá de fora para quebrar os pequenos aqui. Os
grandes engolem os pequenos e depois vão embora, deixando tudo mundo quebrado.
Aí nós temos que nos virar para dar emprego e ajudar as pessoas que mais
necessitam.
Querido Ver.
Reginaldo Pujol, eu falei antes que o senhor é um pé-frio. Foi para lá, voltou
com derrota. Mas quero agradecer pelo espaço que o senhor me cedeu para falar.
Eu estava pulando, quando vi o senhor na televisão, e disse: nós estamos
perdendo, e o culpado é o Pujol que está lá.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Venho em defesa do meu querido
Pujol, porque ele é um, de uma leva grande de torcedores, que “até a pé nos
iremos”. Ele está com o Grêmio, onde o Grêmio estiver e, em qualquer
circunstância, então, nós temos que dar os parabéns para ele.
O SR. ALCEU BRASINHA: Pelo menos, o Ver.
Tarciso defendeu V. Exa. Mas o senhor lembra o que fez para mim lá em Santa
Cruz de la Sierra, quando atravessou o campo e disse que eu era o pé-frio?
Lembra? Então, agora chegou a minha vez de cobrar do senhor! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, estamos aqui com um abaixo-assinado, com quase 1.200 assinaturas,
de um grupo de moradores do entorno do Parque da Redenção, frequentadores do
espaço chamado Cachorródromo da Redenção, que são pessoas que têm os seus
mascotes – diferente da nossa luta que é para os cães de periferia –, e
costumam, há vários anos, frequentar esse local, e não gostariam de ser
transferidos para um possível novo local. É onde eles estão acostumados a tomar
seu chimarrão, a fazer a parte social com seus animais, e está aqui parte do grupo,
na Plenária. E eu quero passar às suas mãos o abaixo-assinado, que diz: “Abaixo-assinado
pela permanência e manutenção do ‘cachorródromo’ da Redenção”.
(É feita a entrega do abaixo-assinado à presidência
da Casa.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Cara Ver.ª Lourdes, caros cuidadores de animais,
eu quero dizer que recebo este abaixo-assinado, e nós vamos dar os
encaminhamentos devidos, provavelmente encaminhando, Ver. Paulo Brum, à
Comissão de Saúde e Meio Ambiente para que, efetivamente, possa dar seguimento.
O SR. PAULO
BRUM: Sr. Presidente, na verdade a Comissão já se deparou com esse assunto.
Fizemos, inclusive, uma reunião ordinária tratando do tema, em que o próprio
Executivo Municipal esteve presente. Parece que há uma demanda legal do
Ministério Público de que nesse espaço não pode haver essa demarcação. Mas a
Comissão de Saúde está totalmente à disposição para, se preciso for, tratar
novamente desse assunto, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Muito obrigado, Ver. Paulo. Vamos dar o
encaminhamento devido e, através da Ver.ª Lourdes, ficamos em contato com vocês
todos. Obrigado pela presença de vocês, e faremos o possível para termos
sucesso nesse encaminhamento, sem dúvida nenhuma. (Palmas.)
A Ver.ª Séfora Mota está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.)
Encerrado o Grande
Expediente.
O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, colegas, público que nos assiste
pela TV Câmara, queremos, em primeiro lugar, agradecer os colegas da Bancada do
PTB, Ver. Cassio Trogildo, nosso Líder, Ver. Paulo Brum, Ver. Alceu Brasinha,
que nos concedem a oportunidade de estar neste momento nos pronunciando pela
Liderança do PTB. Eu quero, nesta ocasião, fazer referência à segunda semana de
enfrentamento à violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes
aqui na cidade de Porto Alegre. (Mostra o fôlder.) É um importante evento que
está sendo realizado na cidade de Porto Alegre pela segunda vez. Estamos na
segunda semana de enfrentamento e combate à exploração sexual contra crianças e
adolescentes. No sábado, às 9h da manhã, na escola Larry, ocorreu a cerimônia
de alusão ao Dia Nacional Contra o Abuso e Exploração Sexual. Portanto, no dia
18, foi realizada essa grande cerimônia com a presença da nossa Ministra dos
Direitos Humanos, Maria do Rosário. Lá estiveram presentes diversas entidades,
diversos conselheiros tutelares, ficando a evidência do que Porto Alegre já tem
feito no que diz respeito a esse tema tão importante.
Eu trago aos senhores colegas e também ao público
que nos assiste a minha especial satisfação porque, no dia de hoje, pela manhã,
tivemos mais uma reunião da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente na nossa sala de Comissões. Na nossa reunião de hoje,
esteve conosco o Ver. Paulinho Motorista, que é o Vice-Presidente, tivemos
também a representação do Gabinete da Ver.ª Séfora, do Ver. Airto Ferronato e
de outros colegas. De uma forma especial, hoje, nós pudemos, com a presença do
Ministério Público, da Defensoria Pública, do Conselho Tutelar, da FASC e do comitê
EVESCA, que é justamente o comitê que foi criado para debater e para cuidar
deste tema tão importante, que é o enfrentamento à violência e à exploração
sexual.
E qual é a proposta de hoje? A proposta de hoje é o
que tem sido feito e o que precisa ser feito nesse tema para o enfrentamento e
o combate à violência e à exploração sexual na cidade de Porto Alegre. E nós
tiramos alguns encaminhamentos e estaremos subscrevendo um ofício ao Executivo
Municipal, ao Sr. Prefeito, com algumas ideias fundamentais e centrais que
dizem respeito ao enfrentamento e ao combate à violência sexual.
Nós temos um foco também que se faz presente, que é
o preparativo para a Copa do Mundo no ano que vem, em 2014, quando, nesta
Cidade, teremos muitos turistas, e, como todos sabem, o turismo também é uma
mola propulsora, um fato gerador para o turismo sexual, quando, em situações de
vulnerabilidade, crianças menos favorecidas são ludibriadas, encantadas e aí
exploradas sexualmente. Portanto, a nossa Frente Parlamentar em Defesa dos
Direitos da Criança e do Adolescente está enfrentando esse tema de forma muito
pontual junto com a Defensoria Pública do Estado, com o Ministério Público
Estadual, com o Comitê de Enfrentamento à Violência e Exploração Sexual contra
Crianças e Adolescentes, traçando as linhas do Plano Municipal de Enfrentamento
à Violência e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes da cidade de
Porto Alegre. Estamos trabalhando com afinco esse tema e, com certeza, teremos
a devida preparação para, no ano que vem, na Copa do Mundo, enfrentarmos esse
grande desafio que é a exploração sexual de crianças e adolescentes. E, se Deus
quiser, teremos um grande êxito nesta Cidade, sendo um exemplo, um modelo para
todo o nosso território nacional. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Elizandro.
Quero dizer que, conversando com a Ver.ª Lourdes
Sprenger, decidimos realizar um Pedido de Providências para a permanência e
manutenção do “cachorródromo” da Redenção; o Pedido de Providências será
endereçado da Presidência para o Prefeito Municipal.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h18min): Havendo quórum, passamos à
PROC.
Nº 0684/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que institui os Títulos de Empresa Amiga da Terceira Idade e
de Amigo da Terceira Idade e dá outras providências. Com
Emendas nos 01 e 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator
Ver. Tarciso Flecha Negra: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 06-02-13;
- votação nula da Emenda
nº 01 por falta de quórum em 15-05-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 016/09.
(Pausa.)
O SR. WALDIR
CANAL: Sr. Presidente, apenas para registrar, para fazer um esclarecimento;
conforme foi conversado hoje, na Reunião de Mesa, através do nosso assessor
legislativo, foi esclarecida a questão sobre esse Diploma a que se refere esse
Projeto. Então, é um Diploma que o Município vai entregar, não é a Câmara de
Vereadores.
O SR. NEREU
D’AVILA: Sr. Presidente, são dois os esclarecimentos: primeiro, é que eu encaminhei
pela Bancada do PDT contrariamente, na Sessão anterior, porque não havíamos nos
dado conta – e agora foi explicado –, que não se tratava de prêmio dado pela
Câmara de Vereadores. A Câmara de Vereadores não está criando mais prêmios.
Passei os olhos rapidamente no Projeto, e gostaria
de um esclarecimento rápido, porque ali consta que esse prêmio será dado pelo
Comui – Conselho Municipal do Idoso. Gostaria de saber dessa transição, ou
seja, cria-se um prêmio, mas quem vai dar é um Conselho do Executivo. Acho que
o autor da Emenda pode esclarecer.
O SR. WALDIR
CANAL: Apenas para esclarecer. Foi exatamente este o óbice que a Procuradoria
havia colocado. Esta Emenda é para corrigir o óbice jurídico que a Procuradoria
apontou, no sentido de que nós não viéssemos interferir nesse aspecto de dizer
quem vai dar ou quem vai deixar de dar o prêmio. É a política do Executivo.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda
Melchionna, a Emenda nº 01 ao PLL nº 016/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 17 votos SIM, 04 votos NÃO e 05 ABSTENÇÕES.
Em votação a
Emenda nº 02 ao PLL nº 016/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação nominal o PLL nº 016/09.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM e 09 ABSTENÇÕES.
Destaco a presença
aqui do Presidente e Vice-Presidente da nossa AFM. É uma satisfação tê-los
conosco.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0373/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/12, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que inclui o evento Hotrod – Amigos de Veículos
Antigos no Anexo I à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o
Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de
Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação
sobre o tema –, e alterações posteriores, a ser realizado no primeiro domingo de
cada mês.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 06-05-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLL nº
022/12. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL
nº 022/12.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, o objetivo do Projeto de Lei do Ver. João Carlos
Nedel está inserido na Ementa de forma muito objetiva (Lê.): “Inclui o evento Hotrod
– Amigos de Veículos Antigos no Anexo à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 –
que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de
Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses Calendários e revoga
legislação sobre o tema –, e alterações posteriores, a ser realizado no
primeiro domingo de cada mês”.
Ora, Sr. Presidente,
tenho aqui sustentado que a oficialização e a inclusão de fatos, de
atos, de eventos dentro do nosso Calendário de Eventos deva sê-lo com zelo e
cuidado, e, especialmente, observar se os mesmos já estão sendo realizados e se
contam com a receptividade da comunidade, da sociedade. O Projeto do Ver.
Nedel, a meu juízo, corresponde a essas expectativas. Eu moro próximo ao local
onde esse evento se realiza e, observo, em todas as oportunidades em que ocorre
essa atividade, que existe uma boa afluência de público e, mais do que isso,
uma boa organização do evento. Um evento que só contribui para a movimentação
do parque constituído pelo Largo Zumbi dos Palmares, antigo Largo da Epatur,
entre a 2ª Perimetral e a Rua Travessa do Carmo. Então, Sr. Presidente, pedi a
palavra, pois a descrição da Ementa, pura e simples, deixa a gente confuso.
Pedi a palavra para ter o tempo suficiente para manusear o Projeto e verificar
que o mesmo recebeu parecer favorável de todas as Comissões que sobre ele se
manifestaram, inclusive com um parecer subscrito pela Ver.ª Sofia Cavedon que,
sabidamente, é muito restritiva nas suas manifestações. Ela não teve dúvidas
de, diante da evidente correção da proposta, firmar, na Comissão de Educação,
Cultura, Esporte e Juventude, seu parecer que mereceu a unanimidade da
Comissão, faltando unicamente o voto do Ver. Garcia, que, como Presidente da
Comissão, naquele dia, no dia 24 de abril de 2012, não se encontrava presente.
Então, este Projeto é antigo, tem mais de um ano;
sei que V. Exa. – que me acena com a cabeça – também é favorável à proposição,
e acho que a Câmara tem de consolidar essa boa proposta do nosso colega Ver.
João Carlos Nedel. Pela aprovação, comprometo o meu voto, antecipadamente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Não há mais quem queira discutir. Em votação o PLL
nº 022/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0992/11 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/11, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo e outros, que
inclui § 1º e renomeia o parágrafo único para § 2º no art. 59 da Lei Orgânica
do Município de Porto Alegre – LOMPA –, impondo condição para a criação de
comissões parlamentares de inquérito.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Waldir
Canal: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Valter
Nagelstein: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro
Ruas: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Tarciso
Flecha Negra: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relatora Verª Maria
Celeste: pela rejeição do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Paulinho
Motorista: pela rejeição do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 13-05-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PELO nº 002/11. (Pausa.) O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PELO nº 002/11.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna com a pretensão, vamos dizer assim,
não de esclarecer, mas de fazer a defesa deste Projeto que foi proposto em 10
de março de 2011. Este Projeto tem no seu bojo estabelecer uma condição, Ver.
Reginaldo Pujol, às proposituras das CPIs, ou seja, nós, aprovando este
Projeto, estaríamos condicionando as instalações das CPIs... O que eu estou
querendo aqui, Ver. Reginaldo, é estabelecer que quando o assunto for de conhecimento
público, quando as questões estiverem sendo investigadas pelo Ministério
Público ou pela Polícia, nessas condições não caberia CPI.
Este Projeto enfrentou óbice de vários
Parlamentares e algumas Comissões votaram pela existência de óbice à propositura
da ação. Somente duas Comissões votaram favoravelmente, sendo que outras
quatro, no mérito, também votaram contrariamente.
É um assunto novo, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, mas ele chegou em 2011, num momento em que nós discutíamos muito
aqui nesta Casa a possibilidade de propor CPIs. Nós, naquele momento, nem bem
saíamos de uma proposta e entrávamos em outra. Então este Vereador resolveu
enfrentar a questão propondo este Projeto, Ver. Nereu D’Avila. Aprovado este
Projeto, sendo o assunto já de conhecimento público, investigado pela Polícia
ou pelo Ministério Público, não caberia a propositura das CPIs. Confesso que
eu, num primeiro momento, fiquei surpreso ao saber que houve e está havendo uma
rejeição de muitos Parlamentares. Eles alegam tanto a questão da condição de
legitimidade para se propor, como também a questão de mérito.
Eu quero respeitar muito os colegas que, de
repente, votarão contrariamente, mas eu acho que é um assunto que nós
precisamos enfrentar porque é muito comum, nesta Casa, perder-se tempo com
proposição de CPIs de assunto já batido e dominado ou pela Polícia ou pelo
Ministério Público.
Quero registrar que há pouquinhos dias este
Parlamentar assinou uma proposta de CPI, mas foi um caso atípico: primeiro, o
Projeto não está aprovado; segundo, tratava-se de investigar um colega de
Partido, o que pesa muito. Só para esclarecer por que nós, da Bancada do PSD,
assinamos. Evidentemente que, se aprovado, e nós votaremos pela aprovação do
Projeto, nós obedeceremos aos critérios estabelecidos nele.
Resumindo, este Projeto busca regrar a
possibilidade de propor CPI, ou seja, proíbe a propositura das CPIs quando os
assuntos são de conhecimento público e estejam sendo investigados pelo
Ministério Público ou pela Polícia, porque entendemos que eles têm muito mais
condições que nós, com isenção política, e também mais capacidade técnica.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para
discutir o PELO nº 002/11.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, esta é a 1ª Sessão de discussão
geral do Projeto do Ver. Bernardino, que propõe a inclusão do § 1º e renomeia o
parágrafo único para § 2º no art. 59 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre – LOMPA –, impondo condição para a criação de comissões parlamentares de
inquérito.
Em que pese o Ver. Bernardino já ter aqui
manifestado a sua palavra de compreensão com relação à questão das posições de
alguns colegas Vereadores no que diz respeito à proposição do nobre colega Vereador,
a quem respeito muito, na realidade, quando já existe uma investigação pela
Polícia Federal ou pelo Ministério Público, enfim, se nós impedirmos a Comissão
Parlamentar de Inquérito, por meio de um Projeto de Lei, que ela possa ser
instaurada... No Direito há um preceito legal que se chama: “Documento novo ou
prova nova”. O que é isso? O processo está em andamento – na área criminal isso
é muito comum, Vereadores – e surge um documento novo, surge uma prova nova,
que muda completamente o curso do processo. Muitas vezes, quem estava sendo,
pelas provas cabais do processo, conduzido à absolvição, é condenado, e
vice-versa. Não é diferente uma investigação da Polícia Federal, do Ministério
Público, quando, de repente, no curso da investigação, ocorre um fato novo. E
esse fato novo pode ser o fator gerador para a instalação de uma CPI, de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito. Portanto, Ver. Bernardino Vendruscolo,
estamos na primeira discussão desse Projeto, mas eu quero trazer aqui, para
contribuir com o debate, essa questão eminentemente jurídica que pode trazer ao
Legislativo Municipal a impossibilidade de instaurar uma comissão, quando do
curso de um processo investigatório. Pode haver a necessidade de instaurar uma
comissão e ficarmos impossibilitados pela vedação legal, a partir da
propositura de Vossa Excelência.
Portanto, Vereador, para contribuir com o debate,
trago aqui essa primeira manifestação, mas estaremos, ao curso do processo, é
claro, juntos, debatendo, para podermos chegar a uma conclusão a respeito dessa
proposição de Vossa Excelência. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PELO nº 002/11.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu admiro muito o
Ver. Bernardino, porque é um homem que entende muito de tributação, de defender
os interesses da população de Porto Alegre, que, muitas vezes, é tributada
demais. Essa parte da tributação ele faz muito bem, mas acho que, nessa questão
da CPI, o Ver. Bernardino foi muito infeliz de entrar com esse Projeto. Nós já
vimos o Ministério Público dizer que nós tínhamos que baixar valor de passagem,
nós vimos Ministério Público dizer não sei o que, e aí nós vamos entregar os
nossos direitos de legislar, de investigar, novamente, ao Ministério Público?
Então, nós não precisamos mais fazer campanha, nós vamos ficar aqui somente
dando nome de ruas, de praças e, talvez, nem isso mais possamos dar. Eu venho
aqui falar com muita autoridade, Ver. Bernardino, pois a CPI da Telefonia, que
está ocorrendo na Assembleia Legislativa, já ouviu vários membros do Ministério
Público! A CPI da Telefonia, que está nesta Casa, com certeza vai ouvir vários
membros do Ministério Público. Agora, nem sempre estar no Ministério Público é
a solução do problema. Por exemplo, o Ministério Público não conseguiu ouvir
ainda a Anatel, e a CPI desta Casa já notificou a Anatel, assim como a CPI da
Assembleia Legislativa. Então, nós não podemos abrir mão dessa ferramenta
democrática.
Eu venho aqui com a autoridade de quem retirou a
assinatura de uma CPI, de quem viu que não era necessário, no momento, fazer
uma CPI. Então, nós temos duas oportunidades: assinar a CPI, implementar a CPI,
e retirar a assinatura da CPI. Agora, nós não podemos engessar a Câmara de
Vereadores, o nosso mandato popular, de fazer isso. Eu acho que o Vereador é
uma pessoa qualificadíssima para discutir a questão tributária desta Cidade, e,
em nome disso, ele deveria retirar esse seu Projeto para amadurecer bem mais.
Eu acho que esta casa está preparada, sim, já provou isso várias vezes, para
discutir Comissão Parlamentar de Inquérito, os problemas desta Cidade, e não só
desta Cidade. A CPI da Telefonia é um problema que ocorre no Brasil inteiro, e
a Câmara de Vereadores de Porto Alegre não vai se furtar de discutir o assunto.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Clàudio Janta, eu quero dizer que, se nós vamos ficar só
discutindo nome de rua, já tem um problema sério. Sabe por quê? O Ver. João
Carlos Nedel é o dono dos projetos!
O SR. CLÀUDIO
JANTA: O Ver. Alceu Brasinha aproveitou que o João Carlos Nedel não está em
plenário e veio fazer essa provocação, mas não é... Eu acho que esse é o nosso
papel, eu acho que cabe a nós investigar, é um papel da Câmara investigar. Nós
não vamos fazer caça às bruxas, não vamos fazer nada. Agora, nós não podemos
abrir mão desse papel da Câmara de Vereadores, que é o nosso papel: fiscalizar,
legislar e investigar quando for necessário. Ninguém vai fazer, até porque
precisa de um número “x”.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Clàudio Janta, obrigado pela discussão.
Eu acho que isso leva a gente a aprimorar. E eu já dizia, no início, quando
propus o Projeto, imaginei que ele seria aceito por todos os Parlamentares,
mas, durante esse período de três anos, ele foi perdendo o apoio. Eu ainda acho
que vale a pena.
Ocorre também, Ver. Clàudio Janta, que nós temos um
outro problema que eu também gostaria de resolver, quando propus esse Projeto.
Há muitos Parlamentares que assinam CPI e depois desistem. Então, tem também
esse problema, que é muito sério, aqui na Casa. Obrigado.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: À disposição, Vereador. Desistir, o meu caso é esse, não é? Eu desisti,
porque a CPI não atinge o Município de Porto Alegre, e eu acho que nós temos
que ter maturidade. A CPI que foi proposta, foi-nos dito que estava sendo
instaurada uma na Assembleia Legislativa, e não estava! Eu assinei. Com
certeza, se houver outra questão importante quanto aos transportes, à Saúde,
pode ter certeza de que vou assinar a CPI. Agora, essa CPI que atinge o Governo
do Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação do Meio Ambiente, a Secretaria do
Meio Ambiente não atinge a Prefeitura de Porto Alegre!
Foi dito que a metade dos órgãos ambientais da
Prefeitura estaria envolvida, estaria presa na Polícia Federal; ao contrário,
viu-se um ex-Secretário de Estado que teria algumas ligações feitas nesse
período. Então, com muita clareza, assinei; com muita clareza, retirei minha
assinatura. E esse é o papel democrático: concordar, discordar, discutir. Eu
acho que não podemos, assinando ou retirando a assinatura, entregar o nosso
papel de legislar ao Ministério Público.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PELO nº 002/11.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, deu para sentir o que
se pensa desse Projeto do Ver. Bernardino, ou se tirar a febre sobre ele. Eu,
particularmente, acho que, quando o Ministério Público, a Polícia Federal já
invadiu as casas das pessoas, os jornais já publicaram a fotografia de pessoas
– com culpa e sem culpa – afinal, já fica estabelecido pela imprensa quem é
culpado ou não, depois eles voltam, prendem gente sem estar presa –, nesse
caso, realmente vamos fazer o Ministério Público dar em alguma coisa. Se não
tiver nada, disse o Ver. Sabino, se não tiver nada daquilo que foi proposto ou
acusado pelo Ministério Público e pela Polícia e aparecer uma coisa nova, que
se peça a CPI. Mas, quando o Ministério Público e a Polícia estão envolvidos,
eu também acho que não pode haver CPI.
Eu li o Projeto do Ver. Bernardino e o escutei, o
assisti contestar o Ver. Janta, ou, pelo menos, lembrando o Ver. Janta. Eu
fiquei pensando, cá com os meus botões: eu acho que o Ver. Bernardino tem
razão, ele só precisa de um motivo para retirar a sua assinatura, porque todos
os argumentos que ele deu para o Projeto deles está nessa CPI que ele assinou!
Então, Ver. Bernardino, se faltava alguém para o encorajar, o Ver. Janta já lhe
deu o caminho: dá para retirar! E eu lhe prometo: se o senhor retirar a
assinatura da CPI, baseado no seu Projeto, que ainda vai ser votado, eu vou
continuar a defender essa ideia de, se estiverem o Ministério Público e a
Polícia Federal já no caso, que não se faça a CPI. Então, depende só de Vossa
Excelência: retirou a assinatura, eu defendo junto o seu Projeto! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Thiago Duarte): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PELO nº 002/11.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, o paesano, com
propriedade, diz, Ver. Brasinha: “Nada es
verdad ni es mentira/ todo depende del color del cristal con que se mira”.
Há pouco, me dizia um colega que, sob a ótica do
Governo, a proposta do Ver. Bernardino é muito boa. Ora, eu sou Vice-Líder do
Governo, então eu teria que achar bom. Mas acontece que eu não vou ser Governo
a vida inteira, pelo menos eu não acredito que seja possível. Chega que o PT já
me fez engolir 16 anos seguidos! Eu sou pela alternância do poder.
Então, eu não estou olhando essa proposta do Ver.
Bernardino sob o ponto de vista momentâneo; eu estou olhando, Ver. Janta, nas
circunstâncias. Eu, honestamente, acho que o Ver. Janta requereu, com o nosso
apoio, a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que tem tudo
para dar certo para ser uma Comissão que, efetivamente, vai dar resultado, que
é a que cuida da Telefonia. No meu entendimento, Vereador, retira princípios
constitucionais, pega a realidade dos legislativos, e eu diria o seguinte:
investigar o que já vem sendo amplamente investigado é, ao meu juízo, uma
incongruência. Imagine que nós fizemos aqui, inclusive, com relação ao Projeto
ProJovem, uma Comissão, na qual eu fui o Relator, e se passou o tempo todo
discutindo aquilo que o inquérito da Polícia Federal já tinha levantado e não
aduzimos absolutamente nada, porque nem tinha mais o que aduzir, porque, em
verdade, a Polícia Federal quando faz seus inquéritos comete até excessos, mas,
evidentemente, eles têm muito mais condições de levantar um assunto irregular,
pela possibilidade da escuta eletrônica – o que é um absurdo, mas eles utilizam
– e tudo o mais, que são aqueles elementos dos quais eles dispõem.
Então, na prática, o Projeto do Ver. Bernardino
Vendruscolo é coerente! Nós vamos investigar o que já está investigado? Que
poder é esse que nós estamos restringindo de ser cópia fiel e tribuna de
ressonância daquilo que a Polícia Federal ou o Ministério Público faz? Então,
acho que não acrescenta nada para o Legislativo.
Vereador, é complicado o seu Projeto! Mas eu sei
qual a sua intenção. Acho que tem um princípio lapidar no direito ocidental que
a gente tem que respeitar, que é o direito das minorias. Então, um terço da
Câmara pode pedir a investigação de qualquer assunto, dentro de princípios
preestabelecidos, fato determinado e aí por diante. O Vereador está dizendo, em
última análise, que não é fato determinante que justifique uma CPI algo que já
está amplamente investigado por quem tem competência para investigá-lo. Então,
nesse particular, Ver. Mauro, eu fico com o Ver. Bernardino Vendruscolo. Parece
que eu estou em dissonância com a grande maioria da Casa, mas eu estou com o
meu ponto de vista. De maneira nenhuma renunciaria à condição de Vice-Líder do
Governo se alguém viesse me dizer que, sobre esse assunto, eu tenho que pensar como
o Governo; não, eu tenho que pensar como integrante desta Casa, como integrante
do Legislativo! E eu jamais cometeria, Ver. Mario e Ver. Nereu, um ato no
sentido de diminuir a capacidade do Legislador. Honestamente, eu não sei se
preservar essa possibilidade de investigar, Ver. Tarciso, o que já foi
investigado, se isso amplia a qualidade do nosso trabalho aqui ou se nos faz
copiadores de situação, criadores de tribunas.
Vejam bem: o que eu posso fazer, por exemplo, em
relação a esse assunto que levantaram da SMAM e da entidade estadual que cuida
do meio ambiente e do Departamento Nacional de Produção Mineral? Todo esse
barulho que fizeram... O que eu posso fazer sobre isso? Será que já não
esmiuçaram o suficiente sobre isso, que é preciso que a gente venha aqui e faça
um palanque do Partido capaz de dar ressonância àquilo que já foi feito, já foi
dito e já foi escrito nos jornais?
Então, com toda a tranquilidade, de coração aberto
– não sou de esconder as minhas posições –, eu estou, Vereador, altamente
inclinado a votar a favor do seu Projeto. Obviamente que não sou da teimosia;
se até lá, alguém vier me demonstrar que eu estou cometendo alguma heresia e
que isso implica um capitis diminutio
do Legislativo da Cidade, eu poderei até repensar a posição. Mas, honestamente,
refletindo sobre isso, eu, que votei na Comissão de Constituição e Justiça
entendendo que era inconstitucional... E até é discutível a
constitucionalidade, mas quantas vezes esta Casa já votou projeto
inconstitucional? E se o Projeto é aprovado, inconstitucional ou não, se for
sancionado pelo Prefeito, vira lei, e está sendo cumprido.
Acho que o seu Projeto é bom, é corajoso, é muito
leal, muito sincero e, por isso o estou apoiando.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo
Pujol, eu também concordo com V. Exa. e acho que nenhum de nós, Vereadores, a
não ser o Delegado Cleiton, tem condições de investigar, quando tem o
Ministério Público e a Polícia Federal. Essas pessoas são especialistas nisso.
Quero lhe dar os parabéns, pois o senhor voltou com o discurso afiado, bom;
acho que a altitude fez bem para o senhor.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Nem a ironia do Ver. Brasinha faz com que eu me
afaste da linha que estabeleci. Vereador, apesar de reconhecer os méritos...
O Sr.
Elizandro Sabino: V. Exa. permite um aparte?
O SR.
REGINALDO PUJOL: Se V. Exa. se inscrever e me ceder o seu tempo, eu
posso lhe dar o aparte.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Sabino já discutiu a matéria.
O Ver. Reginaldo Pujol prossegue a sua manifestação
de discussão do PELO nº 002/11, a partir deste momento, por cedência de tempo
do Ver. Mario Fraga.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Obrigado, Ver. Mario Fraga.
O Sr.
Elizandro Sabino: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Pujol, já tivemos uma manifestação na tribuna, há poucos dias,
por ocasião da investigação da Polícia Federal, no que diz respeito às
circunstâncias atuais. E falávamos
sobre o princípio da presunção da inocência, do Estado Democrático de Direito,
das violações que ocorrem, e V. Exa. fez manifestação nesse sentido há pouco.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Fomos ambos criticados por um jornal da Cidade, o
Diário Gaúcho.
O Sr.
Elizandro Sabino: Exatamente. Então, Ver. Pujol, essa é uma questão
pontual; realmente, a instalação de uma CPI num momento em que já é noticiário
público, em momento em que há sigilo processual, a quebra de alguns sigilos
bancários, enfim, a interceptação telefônica autorizada pela Justiça,
possivelmente a CPI pouco iria contribuir depois de tanto aparato pela Polícia
e pelos órgãos do Ministério Público. Mas, preocupa-me quando, no curso de uma
investigação, Ver. Pujol, ocorre – e nesse sentido foi a minha manifestação
recente da tribuna – um fato novo, desconhecido por todos, que, no curso da
investigação, muda substancialmente aquela que era a orientação original da
investigação. Engessar o Legislativo no sentido de impedi-lo de investigar,
através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, é a minha preocupação.
Portanto, Ver. Pujol, associando-me ao debate, estarei estudando o Projeto,
juntamente com V. Exa. e com outros colegas – já falei com o Ver. Bernardino
Vendruscolo –, no sentido de propor uma emenda quando, num fato novo, no curso
da investigação, possa haver a possibilidade de o Legislativo Municipal
instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. É para contribuir no debate,
Ver. Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa., que me traz um inteligente
aparte, aliás, na mesma linha do que me falava a liderança do Partido
Trabalhista Brasileiro na Casa acerca do assunto: o temor do engessamento e a
colocação sábia de que cada situação é uma situação; portanto, não podemos
generalizar, Ver. Tarciso, de tal sorte que nós tenhamos uma redução geral e
impeditiva de que em alguns fatos pudesse ocorrer. Essa questão de colocar uma
ressalva da permissão quando, no curso de investigações judiciais ou policiais,
a situação se encontrar pendente e que surja um fato novo é uma hipótese que
pode até conciliar com aquilo que estou defendendo.
Agora, quero deixar muito claro o seguinte: Ver.
Bernardino Vendruscolo, nós somos os seres e as circunstâncias. Nós vivemos
numa circunstância em que é preciso se trabalhar no sentido de explicar para a
opinião pública que CPI não prende ninguém, não julga ninguém, não tem
consequência prática, que tudo que é levantado no Legislativo, todos os
relatórios, positivos ou negativos, são encaminhados a quem de direito, que são
o Ministério Público e a Polícia.
Aliás, Ver. Mario, lá em Belém Novo e na Restinga a
gente sabe que quem prende é o Juiz, quando condena, e não quem investiga. A
mídia passou para a opinião pública que CPI, investigações, tudo isso que foi
dito contra esses cidadãos que estão envolvidos com essa história do meio
ambiente, tudo isso pode gerar nada se as alegações não forem comprovadas em
juízo. Só que aí a vida das pessoas estão desmanchadas porque se noticia a
investigação, e a opinião pública diz: “Olha, aquele cara meteu a mão no
alheio; meteu a mão no dinheiro público”.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Só para lembrar a V. Exa., que domina este assunto muito mais que este
Parlamentar, a CPI, na conclusão dos trabalhos, se vier a atestar ou a afirmar,
surge a outra comissão, que é a comissão processante, que também poderá surgir
lá da investigação do Ministério Público, independente; a comissão processante.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Isso no caso do agente público, no caso de
integrantes do processo; mas no mais das vezes, atinge a todos sobre os quais
não temos o direito de processo. O processo corresponde ao julgamento
administrativo que no processo judicial ocorre com a decisão das várias
instâncias do Poder Judiciário. Então, digo sinceramente, a matéria é complexa,
é delicada, porque as posições podem ser mal-interpretadas. Na minha vida eu
tenho tido muita cautela em não socorrer, com a minha assinatura, a montagem de
CPIs. Digo isso olhando para os companheiros do PT: perguntem ao Raul Pont qual
foi o meu comportamento na Assembleia Legislativa do Estado, indispondo-me com
o meu Partido para garantir esse princípio. Eu sei, Ver. Bernardino, prestando
a minha homenagem a V. Exa., se não fôssemos tão descuidados, tão generosos,
tão políticos, tão banalizadores na tentativa de formar a Comissão Parlamentar
de Inquérito, V. Exa. não estaria entrando com este Projeto porque o bom senso
já estaria predominando na Casa. Nada é mais recomendável em qualquer situação
que jogar com o bom senso. Se o bom senso nos desse essas cautelas, meu caro
Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, esse processo seria desnecessário, mas
não tem sido o que tenho visto aqui nesta Casa: é uma luta para se fazer CPI a
qualquer jeito porque, podem não gostar de ouvir o que vou dizer, mas CPI tem
sido aqui sistematicamente palanque para determinadas posições políticas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PELO nº 002/11.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público das
galerias, público que nos assiste; o Ver. Bernardino sabe toda a consideração
que tenho por V. Exa., e vou dizer que o seu Projeto é importante para o
debate, mas discordo, V. Exa. sabe disso, já tivemos oportunidade de discutir.
Primeiro, se nos basearmos na Constituição, o art. 58 diz que precisamos três
requisitos para uma CPI: fato determinado, tempo e um terço dos membros do
Parlamento. Portanto, não diz na Constituição, isso não é um requisito, e o
Vereador está querendo colocar mais um requisito na Constituição, então, não
seria na Lei Orgânica. Portanto, há inconstitucionalidade total no Projeto do
Ver. Bernardino.
Quanto ao mérito, eu diria que participei de duas
CPIs. Com certeza, esta Casa, durante uma CPI, deveria ter mais estrutura para
se tocar uma CPI, mas não tem. Agora, a falta de estrutura da Casa para se
fazer uma investigação não pode fazer nós varrermos para baixo do tapete. Nós deveríamos estar lutando nesta Casa por mais condições, por mais
estrutura, e não retirar a CPI porque não temos estrutura para isso. A
estrutura realmente é pouca, mas, nas duas CPIs de que participei nesta Casa,
mesmo com a pouca estrutura que se tem, nós chegamos a resultados. As pessoas
dizem que não acontece nada, que as CPIs não vão a lugar nenhum, que tudo vira
em pizza, mas aqui nesta Casa nós tivemos duas CPIs e as duas tiveram
resultado. Na CPI presidida pelo Ver. Luiz Braz, e que teve como Relator o Ver.
Reginaldo Pujol, a CPI da Juventude, nós tivemos resultados. E havia uma
investigação do Ministério Público e da Polícia Federal. Só que durante a CPI
buscamos outros fatos que não estavam previstos, que não tinham sido vistos
pela Polícia Federal. Isso comprova que esta Casa tem condições. Inclusive há
réus hoje, devido à investigação que foi realizada na CPI da Juventude.
Participei também da
CPI do Instituto Ronaldinho Gaúcho, que tive a honra de presidir. Tivemos
algumas dificuldades por falta de estrutura? Sim, tivemos, mas ela avançou.
Conseguimos uma boa investigação, junto com os Vereadores desta Casa, e o
Assis, irmão do Ronaldinho, Ver. Tarciso, esteve aqui. Todos diziam que ele não
viria, que ele não ia a lugar nenhum, mas aqui nesta Casa ele depôs, na
presença dos seus advogados, e colocou que faria a devolução, em juízo, de mais
de R$ 300 mil aos cofres da Prefeitura. Então, a CPI teve um desdobramento. Na
verdade, nas duas CPIs que aconteceram aqui – e foram entregues relatórios ao
Ministério Público, Polícia Federal, Receita – vão continuar tendo desdobramentos.
Portanto, está comprovado que a CPI nesta Casa funcionou e teve resultado.
Quanto ao Vereador
que acha que não tem condições de cumprir o Regimento desta Casa e a Lei
Orgânica, aí é outro problema. Esse Vereador tem que pedir licença e ir para
casa. Agora, o Vereador que está aqui tem que se sentir em condições de cumprir
o Regimento e a Lei Orgânica desta Casa. Eu acredito no potencial dos
Vereadores de que, quando se quer, se consegue, sim, fiscalizar. E eu me acho
capacitado, sim, para fiscalizar. Quando tenho dificuldades, busco auxílio,
procuro estudar, porque acho que, quando me candidatei a Vereador, nesta Cidade, o fiz porque achava que tinha condições e poderia
ajudá-la. Por isso, Ver. Clàudio Janta, sou favorável, sim, a que se mantenha o
que está na Constituição, no Regimento, na Lei Orgânica do Município, e quero
continuar tendo o direito de fiscalizar.
Aquele Vereador que
acha que não é o caso de fazer uma CPI não precisa de uma lei que o proíba de
fazer a CPI porque os fatos estão sendo investigados pelo Ministério Público e
pela Polícia Federal; basta ele não assinar o Requerimento e está resolvido. No
caso, agora, em que há um pedido de CPI nesta Casa, se um Vereador não
concordar com ela, simplesmente não assina. Ele não precisa de uma lei dizendo
que ele não pode fiscalizar, que ele não pode fazer uma CPI, CPI essa que é, na
verdade, um instrumento das minorias. Eu acho que nós temos que manter esse
instrumento, e, cada vez mais, nos capacitarmos e buscarmos mais condições para
esta Casa para que ela possa exercer o seu papel. O que a população espera de
nós é que realizemos o nosso papel, que fiscalizemos, principalmente o
Executivo. Até porque o Parlamento, o Legislativo não pode estar subordinado
nem ao Executivo, nem à Justiça. Ele tem que manter a sua autonomia. Para isso,
então, nós temos que manter o que está na Constituição e na Lei Orgânica do
Município.
Infelizmente, Ver.
Bernardino Vendruscolo, desta vez, discordo de V. Exa. e votarei contrariamente
ao seu Projeto.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PELO nº 002/11.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, esse Projeto de Lei dá ensejo a um bom debate
aqui. O Ver. Mauro Pinheiro já trouxe muitos elementos, mas eu quero lembrar a
V. Exas., ao Ver. Bernardino Vendruscolo em especial, que nós fizemos
recentemente aqui, Ver. Nereu, um debate sobre quem fiscaliza neste País,
discutindo exatamente um tema que tramita no Congresso Nacional, que retiraria
do Ministério Público a prerrogativa de fazer as investigações. Acho que esse
debate serve muito para a nossa Casa. Nós, na verdade, não temos nenhum
direito, num Brasil de 500 anos de autoritarismo, num Brasil de profunda desigualdade
social; num Brasil que não conseguiu separar, e muito
lentamente vem separando, o estado público da influência privada –
infelizmente, inclusive com retrocessos, separando o estado público de igreja
ou de igrejas; num Brasil que demora demais para alterar o seu sistema político
eleitoral, que usurpa a soberania do cidadão através do financiamento privado
das campanhas – em que privado significa direcionado, sustentado por recursos
financeiros, e quem os têm obviamente têm muito mais influência sobre os
parlamentos; num Brasil, Ver. Bernardino, que vem descobrindo tristemente que o
Judiciário não é aquele ente justo, intocável e que não é afeto a pressões.
Portanto, Ver. Cecchim, todas as nossas instituições – e eu nem falei do
Executivo – brasileiras devem a essa história do Brasil a mais absoluta, Ver.
Pujol, aplicação na fiscalização dos atos de quem ocupa esses espaços. O nosso
contrato social brasileiro é muito frágil e claramente tomado. E ainda não
falei das concessões dos meios de comunicação no País; nós, muito recentemente,
estamos discutindo a regularização das concessões neste País, e não conseguimos
iniciar sobre o tema das comunicações. Ora, as concessões de táxis estão em
polêmica, estão em debate, apareceram as distorções de anos e anos de
concessões de pai para filho, de não ter licitação, de não ter regras claras.
As concessões de ônibus também estão aí. A ATP hoje está dizendo que não quer
pagar mais ISSQN, que não quer pagar mais a EPTC, uma postura que deixa o
cidadão rendido diante de concessões que não têm transparência absoluta e
controle social absoluto; um serviço essencial, Ver. Janta, sujeito às
pressões, sujeito à chantagem da iniciativa privada. Então, num País
como este, onde a comunicação, portanto, a formação de opinião, a formação
cultural, está nas mãos de sete grandes conglomerações, ou famílias... E essas
famílias todas se desdobram: são concessões de períodos de exceção, do período
mais autoritário do País. Então, tudo isso, senhores, nos diz que nós
precisamos fiscalizar, e muito. E todos os órgãos que podem e devem fiscalizar
têm que instalar fiscalizações, Ver. Bernardino, porque nós não vamos aprimorar
a democracia brasileira, não vamos alterar essas estruturas enquanto todos nós
que, por um motivo ou outro, por eleição, por concurso, ocuparmos o espaço do
Estado – olha aqui o último escândalo da nossa Secretaria do Urbanismo – não
formos absolutamente controlados pelo povo e por outros órgãos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir o PELO nº 002/11.
O SR. NEREU
D’AVILA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, acho que a discussão
é ótima, esclarecedora, porque está se querendo mexer com um dos pilares do
Poder Legislativo do Brasil. Todo mundo sabe que o Poder Executivo, mesmo não
sendo uma ditadura, é um poder discricionário. Estão aí as medidas provisórias!
Já no tempo do Sarney se reclamava, e continuam no Governo democrático da Sra.
Dilma as mesmas questões de legislar-se não como legislava Getúlio Vargas, com
a própria caneta, mas através da medida provisória. Então, o Poder Executivo é
um poder arbitrário, forte, impositivo, e o Poder Legislativo é fraco; e além
de fraco, ele ainda se dispõe a ser comprado, como foi o caso do “mensalão”. Então se está discutindo aqui uma
questão da árvore com a floresta: está se querendo, através de subterfúgio,
calar-se um dos pilares do sistema brasileiro e tirar o fortalecimento do Poder
Legislativo.
Agora, se a Câmara de Porto Alegre tropeça na sua
própria incapacidade, nas suas próprias idiossincrasias de minorias ou de busca de assinaturas, para ser contra o Governo, isso
é um problema da Câmara de Porto Alegre, mas não é um problema do sistema
institucional brasileiro, que é muito mais importante do que as discriminações
pequenas da Câmara de Porto Alegre. Com todo o respeito ao Ver. Bernardino,
quer-se retirar uma das coisas mais importantes do Poder Legislativo. Falou bem
o Ver. Mauro Pinheiro, sim: se faltam condições e implementações para o bem do
fortalecimento da CPI, é um problema secundário; o importante é o
estabelecimento e a busca da verdade pela CPI, para fortalecer, inclusive,
posições. Agora, mesmo aqui, não se conseguiram as assinaturas, mas acho que,
se conseguissem, seria bom, sim, uma CPI. É que as pessoas não têm coragem, às
vezes, de dizer as coisas.
Ontem, o jornalista
Flávio Tavares, um dos mais eminentes jornalistas – trabalhou na Assembleia, ou
trabalhava lá no tempo em que Aldo Pinto era Presidente – hoje, um eminente
articulista brasileiro, através do jornal Zero Hora, dizia que a Polícia
Federal deve explicações, porque efetuou prisões, retirou de suas casas homens
que ocupavam cargo de Secretário de Estado e Secretário de Município e não deu
explicações! Aí, vai uma cartinha do Prefeito de Porto Alegre dizendo que não
se encontrou nada na SMAM... Mas, então, tem que voltar o Secretário! Colocaram
os Secretários nas masmorras, eles foram denunciados pela OEA! E aí, não se
encontrou nada lá, então, ele não tem que sair. A Polícia tem que dizer por que
prendeu eminentes ex-parlamentares, até Presidente da Assembleia. Isso se
chama, em latim, capitis diminutio. Para
quem não sabe, capitis diminutio é perda
de poder, da capacidade da cabeça. Essa seria a maior castração; será uma
verdadeira cassação do Poder Legislativo se este Projeto for aprovado.
Acho que discutir,
Ver. Bernardino, é muito bom. Vossa Excelência mesmo caiu numa incoerência.
Este Projeto é de 2011, não é? E V. Exa. acaba de botar a sua assinatura, politicamente
comprometida, só para ser contra o Governo. Não é por aí! Não é por aí. A CPI
não é para ser contra o Fortunati, ser contra o Fogaça, e lembro aquela questão
da Dona Neuza Canabarro, que assinou, e houve aquela controvérsia toda.
Então, se a Câmara de
Porto Alegre tropeça na sua pobreza de espírito, o problema é da Câmara; agora
a CPI é realmente um dos instrumentos mais fortes e mais característicos, tem
poder, inclusive, de buscar a força do juiz na propositura interna
corporis da CPI. Então, a CPI tem força, sim, até judicial.
Portanto, é bom que
se discutam essas questões. E, embora com Emendas, com isso, com aquilo, na
verdade, quer se mascarar e dizer: “Se houver investigação da Polícia Federal,
se isso, se aquilo”. Não, na verdade – alguém já usou o termo –, quer se
engessar a CPI! E aí vamos retirar do Poder Legislativo, talvez, a sua maior
potencialidade investigativa. Aí está a CPI do Ver. Clàudio Janta, muito
importante, sim! Toda a população reclama dessas telefonias que roubam, que
assacam, que nunca funcionam as ligações! Se a Assembleia também tem, melhor
para o povo, o povo quer esclarecimento, o povo não quer ser enganado, não quer
ser roubado! O povo paga muito pelas ligações, e eles têm pouco respeito por
esse mesmo povo, porque realmente tem problema.
Então, aí retira-se a
possibilidade da CPI que fortalecerá a Câmara de Porto Alegre? Por favor, acho
que não podemos confundir a árvore com a floresta! Se há problemas em questões
menores, a questão maior é que as Comissões Parlamentares de Inquérito são um
dos maiores fortalecimentos do Poder Legislativo! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PELO nº 002/11, por
cedência de tempo do Ver. Marcelo Sgarbossa.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago; o Ver. Nereu passou um período concentrado em
outros assuntos, ele vem aqui e faz uma contestação ao meu Projeto e não me
poupa. Não me poupou. Claro, ele ficou lá concentrado em outros assuntos, eu
vou retomar, então, Vereador. Este Projeto é de 2011. Quando eu propus este
Projeto, sentia, no Plenário, e senti apoio dos meus Pares, tanto é que vários
Vereadores assinaram, concordando que seria um bom Projeto. Eu ainda venho
defendendo e justifiquei, agora há pouco, que o Projeto não foi aprovado, logo,
ele não é Lei. Enquanto Lei não for, eu não estou subordinado a ele. Por isso
assinei a CPI. Assinei o pedido de CPI, porque tinha, e tenho, um companheiro
de Partido.
Agora, V. Exa. faz
uma gritaria toda aqui e diz que falta sinceridade, coragem para um e para
outros, mas V. Exa. foi um dos que não assinou a CPI. V. Exa. não assinou a
proposição desta CPI.
(Aparte
antirregimental do Ver. Nereu D’Avila.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Exatamente, é
que dá a entender que V. Exa. assinou tudo. Não, não! V. Exa. também não
assinou.
Agora, o que devemos
levar de positivo, Ver. Nereu, é que é uma oportunidade para debatermos esses
assuntos.
Agora, precisa ser
dito que, aqui, há Parlamentares que são “profissionais” na proposição de CPIs.
Todos os anos, eles vêm com uma ou duas proposições de CPI.
E foi nesse sentido,
foi nessa onda que este Vereador, cansado de ouvir discursos durante todos os
anos de 2010, 2011, 2012, e, agora, 2013, volta a afirmar que acho... E vou
dizer mais: hoje não tenho tanta segurança na questão de legalidade, mas, mesmo
assim, acho que é possível, sim, enfrentarmos, e modificarmos a nossa Lei
Orgânica, colocando alguma condição para se propor CPIs. Porque, em primeiro
lugar, acho que a Polícia Federal é isenta, o Ministério Público também é
isento, mas nós não somos tão isentos assim.
As CPIs, aqui, se dão
mais por questões políticas do que por questões técnicas e de responsabilidade
investigativa.
As CPIs propostas
aqui, ou que são defendidas aqui, são, acima de tudo, políticas. Isso nós não
podemos negar.
Quanto à
possibilidade de estrutura, de conhecimento, de condições técnicas de um modo
geral, não há dúvidas de que a Polícia e o Ministério Público têm muito mais
condições do que esta Casa. E a isenção. Não há dúvidas de que a Polícia e o
Ministério Público têm isenção, coisa que muitos de nós não temos, ou porque
somos do Governo ou por outras questões.
Então, quando há um
Projeto polêmico para ser debatido, mesmo que não venha a ser aprovado, ele
deixa para este Plenário um resultado positivo, que é a possibilidade do
debate, sem agressão, sem maiores preocupações, Ver. Tarciso, para
desqualificar um ou outro colega, porque há aqueles que se dispõem ao debate e
há aqueles que se escondem e só vêm para o debate nas horas oportunas. E nós,
evidentemente, temos que respeitar e contemplar a todos. Falo porque tenho
consciência e porque enxergo dessa forma – reforçando, Presidente, que tenho um
único olho. Eu perdi a questão angular, mas agora já estou enxergando com mais
profundidade. E ainda acho que, se nós não conseguirmos aprová-lo, vai ficar,
sim, Ver. Villela, o recado para não ficarmos acompanhando o Ministério Público
ou a Polícia. Toda a vez em que a Polícia ou o Ministério Público trazem um
fato novo, os Vereadores correm para assinar a CPI. De um lado tem os que
assinam; de outro, os que não assinam; e, ainda, de outro, os que são
constrangidos. E, muitas vezes, o constrangimento não vem por uma vontade de um
Parlamentar, e, sim, pela sua condição. Eu me coloquei nessa condição há poucos
dias, porque, quando há a necessidade de investigar em casa, temos que estar de
prontidão, porque nós temos que dar exemplo.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado,
Ver. Bernardino. Talvez, com um olho só, V. Exa. esteja podendo enxergar um
pouco da alma de cada um de nós.
O Ver. Professor
Garcia está com a palavra para discutir o PELO nº 002/11.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro, quero agradecer ao nosso colega
Bernardino Vendruscolo por proporcionar esta discussão. Tenho uma posição
diferenciada, mas eu acho que, para o Parlamento, é importante trazer grandes
temas de debate, principalmente em momentos como os que estamos vivendo. Embora
V. Exa. tenha dito, com propriedade, que entrou com o Projeto em 2011 – e é
verdade –, estávamos em uma votação no momento em que estava sendo solicitada,
aqui, a criação de uma CPI. E está falando alguém que está no quinto mandato.
Já fui oposição, já fui situação e nunca assinei uma CPI, mas a defendo. A CPI
é o maior instrumento que o Legislativo tem, talvez, como prerrogativa
investigativa. Sabemos das nossas limitações, que são muitas, de investigar,
agora, o que muitas vezes ocorre, é que a criação das CPIs são feitas de forma
açodada, demagógica, eleitoreira, sem a finalidade de se buscar realmente o
objeto da ação. E nós sabemos que na política a versão do fato é mais
importante que o próprio fato. Agora pergunto: depois que se lançam as penas no
ar, aquelas pessoas como ficam? Porque são execradas de um dia para o outro.
Agora, a CPI têm instrumentos. Eu e outros
Vereadores vivemos na época da ditadura e vimos colegas de um dia para outro
sumirem. Este Vereador, com 17 anos, foi preso porque era vice-presidente de um
Grêmio Estudantil e teve que dar explicação de um ato de que estavam nos
culpando. E, seis anos depois, para eu ir para a Alemanha, tive que explicar,
dentro do Governo da ditadura, porque tinha acontecido um episódio na época de
estudante, que foi simplesmente um episódio, não tinha a questão terrorista
coisa nenhuma. Mas aquela expressão que se diz hoje, “chifre em cabeça de
cavalo”, aconteceu muito naquela época.
O que vejo, sim, é que nós, como parlamentares,
temos que ter essa responsabilidade e coerência, não é assinar por assinar, sou
Governo, não sou Governo, tem que se buscar realmente os fatos. E é difícil de
falar isso. Ouvi o Vereador falar em isenção. Não existe isento. Mesmo na
Polícia, mesmo nos Ministérios Públicos, eles fazem seus trabalhos, mas têm
seus conceitos. Nós somos movidos em cima dos nossos conceitos e convicções.
Claro, o que temos que buscar é a justiça, é isso que temos que buscar cada vez
mais.
De forma fraterna, quero dizer que é muito bom para
discussão, politiza a Casa, podemos conhecer mais o pensamento das pessoas, e
alguns já sabemos de antemão, mas eu vejo que abrir mão de CPI é abrir mão
também da nossa prerrogativa de mandato, mandato que foi concedido pela
população, que espera isso de nós. E nós temos, sim, que justificar à população
porque queremos uma CPI, porque somos contra a CPI.
Agora, volto a dizer o seguinte: o que temos de
cuidar são as CPIs. Eu já falei: de forma açodada, de forma demagógica e de
forma eleitoreira, pois o que se busca, em tese, é o esclarecimento dos fatos
para que possamos fazer justiça, e disso nós não podemos abrir mão, pois, se
abrirmos mão, é melhor fechar a Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Está encerrada a 1ª Sessão de discussão do PELO nº
002/11.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 3558/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/11, que acrescenta inc. IX ao art. 6º da Lei
nº 7.532, de 25 de outubro de 1994, que autoriza o Poder Executivo Municipal a
conceder vale-alimentação e dá outras providências, autorizando a cessação
durante o gozo de Licença Especial para Aguardar Aposentadoria (LAA).
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 10-04-13.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em discussão o PLE nº 042/11. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está
com a palavra para discutir o PLE nº 042/11
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; senhores e senhoras, Vereadores e
Vereadoras, este projeto está retirando o direito ao vale-alimentação do
funcionário que está em vias de aposentadoria. A licença para aguardar a
aposentadoria é determinada por nosso Estatuto para o funcionário que fechou o
seu tempo, pediu a sua aposentadoria e aguarda 30 dias trabalhando; depois ele
se aposenta na medida em que o processo burocrático chega à conclusão de que
está com tudo certinho, saindo no Diário Oficial a aposentadoria. Sobre o
período compreendido entre a complementação do tempo, pedido de aposentadoria e
a publicação do termo legal no Diário Oficial é que essa legislação pretende
legislar, retirando o direito ao vale-alimentação.
Primeiro, não é responsabilidade do funcionário o
tempo gasto para aguardar a aposentadoria; é responsabilidade do gestor, da
Administração. E a Administração pode encurtar ao máximo, se a Administração
antecipa a vida funcional, se ela está atualizada, ele não tem muito o que
aguardar depois que fechou o tempo. Então, não há porque penalizar o
funcionário, que poderá voltar em uma situação de conflito de dias, por falta
de alguns dias, de alguma certidão, de algum período; se algum ajuste que tenha
que ser feito, o funcionário volta, ele não está desvinculado, ele volta a
trabalhar. Portanto esse período ainda é um período de transição da vida ativa
para a aposentadoria. E é um direito, uma conquista dos funcionários. Não é uma
conquista simples.
Eu quero lembrar a V. Exas. que há pouco tempo
Sapucaia viveu uma greve de 22 dias e foi tema o vale-alimentação, alimentar ou
não nas escolas. Porque, para os funcionários, foi uma conquista dura que
resolve várias questões: a sua vida na rua, na cidade. O funcionário que está
aguardando aposentadoria tem que transitar, tem que levar documentos, tem que
fazer acompanhamentos, ele não está com a situação de desligamento resolvida. E
lembro que eu era do Sindicato dos Municipários quando nós conseguimos, com
muita luta, o vale-alimentação, por exemplo, na licença-gestante. O argumento
do Governo, Ver.ª Mônica Leal, era de que a funcionária estava em casa,
afastada do trabalho, e nós dizíamos que ela estava em uma licença legal, em um
momento diferenciado, em um momento de mais custos, em um momento de cuidados
extras e que não deveria ser penalizada ao receber, ao usufruir ou fruir um
direito legal que, na verdade, é um direito da criança. E custou muito, foi no
ano de 1996 que nós conseguimos estender, Ver. Marcelo Sgarbossa, o
vale-alimentação para o período de gestante. E é meio semelhante. É um
afastamento, a pessoa está em casa, mas ela ainda tem vínculo, ela tem outra
motivação por estar afastada do trabalho, que não é da sua vontade, portanto
ela não deve ter perdas.
Então, eu queria ponderar ao conjunto dos
Vereadores que esse debate não fosse feito dessa maneira rápida. Eu acho que o
Simpa, o Sindicato dos Municipários, sequer foi consultado. Sugiro que nós
posterguemos, Ver. Airto Ferronato, para compreender mais as motivações do
Executivo de suprimir pura e simplesmente um direito dos funcionários, para
dimensionar as razões, sabe-se lá quais são. Às vezes o funcionário espera dois
anos, é verdade, na licença aposentadoria. Era assim há um tempo, eu não sei
como está agora. Está bem mais rápido? (Pausa.) Pois é. Então não há, na minha
opinião, nenhuma razão que dê fulcro à retirada desse direito. Ele ainda é um
funcionário ligado às suas funções, ele está resolvendo a sua aposentadoria,
não depende dele o tempo de aposentadoria, ele encaminhou, ele só entra em
licença a partir do pedido, mas ainda não está desvinculado. Portanto, nenhum
direito a menos nesse período.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.ª Sofia, sempre dentro do seu tempo,
auxiliando na condução dos trabalhos da Casa.
O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para
discutir o PLE nº 042/11.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa-tarde a todos, novamente, a todos e todas. Eu não vou ocupar aqui os
cinco minutos, Sr. Presidente, para repetir o argumento já colocado, que o argumento
central é esse que a Ver.ª Sofia colocou também. Então, a sistemática é esta,
ou seja, o sujeito cumpre o período, protocola e a Administração tem o prazo de
30 dias para analisar, deferir ou não a sua aposentadoria. Se em 30 dias não
consegue dar a resposta, com todos os sistemas de informática que hoje existem,
me parece, até pela justificativa do projeto que o embasa, e concordamos, o
vale-alimentação, se o sujeito não está trabalhando em caráter indenizatório,
não deve receber. Agora aqui muito mais parece a inércia da Administração, e a
Ver.ª Sofia colocou que há pessoas que esperam um ano, dois para ser deferida a
sua aposentadoria, depois de requerida. Então, me parece que o projeto retira
esse direito sem ter nenhum compromisso da Administração Pública em,
efetivamente, analisar em tempo hábil, parece-me que 30 dias é um tempo hábil,
hoje, com todo o sistema de informação, de informática que eles têm, tempo
hábil para dizer se o sujeito tem ou não o direito a se aposentar. Vejam bem,
se ele for cientificado do indeferimento do pedido de aposentadoria, cessa
tudo. Então, percebam que, nem em 30 dias, nem isso se consegue fazer; por isso
seremos contrários ao projeto porque ele não está embasado na justificativa,
por parte da Administração, da sua morosidade e inércia, que não deveria haver.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Marcelo, sempre conciso e preciso.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLE nº 042/11.
O SR. AIRTO FERRONATO:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
nós estamos tratando aqui do vale-alimentação, da questão
de o servidor público Municipal pedir a aposentadoria. Na medida em que o
servidor pede a aposentadoria, garantida por Lei, não é mais necessário ele ir
ao serviço, não é mais necessário ele trabalhar. Se ele não está trabalhando,
temos aí uma questão delicada a perceber. O que se está propondo, e o Governo
propõe? Na medida em que o servidor demanda a aposentadoria, não mais
trabalhando, dele seria retirado o vale-alimentação. Essa é uma determinação de
apontamento do próprio Tribunal de Contas do Estado, não é uma definição que se
toma por iniciativa, única e exclusiva, do Executivo; é uma definição que se
toma em razão de um apontamento que o Estado refere, por meio do seu Tribunal
de Contas. Então, parece-me que o Governo Municipal anda bem quando apresenta
este Projeto, porque ele está, de um lado, dizendo que o servidor, não
trabalhando, não estando mais em exercício, não faz mais jus ao
vale-alimentação – o que é correto. Por outro lado, ele também segue a
determinação do Tribunal, que também é respeitável. Em não saindo a
aposentadoria, ou seja, se não for homologada a aposentadoria, o servidor
público retorna ao serviço e imediatamente se refaz o pagamento desse vale.
Portanto, estamos dizendo que o processo em pauta tem, sim, as suas razões de
existir, e nós estamos propondo a aprovação deste Projeto que, na verdade, nada
mais é do que atender ao que o próprio Tribunal de Contas solicita, aponta ao
Executivo. Este é o nosso encaminhamento e compreendemos a certeza do Projeto,
porque em sendo uma verba remuneratória e indenizatória, que é o
vale-alimentação, o servidor não estando em atividade não faz jus. Esta é a proposta
que estamos discutindo neste momento. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLE nº 042/11.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
venho a público colocar uma discussão maior sobre este Projeto, Ver. Ferronato.
Entendo que, primeiro, teríamos que discutir se o funcionário, quando está
trabalhando, receberia ou não. Se o Tribunal de Contas fez esse apontamento,
gostaria de questionar V. Exa., como Líder do Governo. Eu também – fazendo
parte do Governo – quero ajudar nessa discussão, porque a implicação financeira
disso deve ser mínima, porque são funcionários que estão se aposentando. No meu
entendimento, são funcionários aos quais o Município deveria dizer: “Olha, tu
vais aguardar em casa; meus parabéns, tu trabalhaste e dedicaste toda a sua
vida ao serviço público e quando tu fores embora, tu não vais mais receber”.
Muitas vezes, o funcionário pede licença e retorna ao trabalho, ou por não ter
completado o tempo de serviço ou outras coisas. Estou falando isso porque sou
funcionário público estadual, e o princípio é o mesmo.
Agora, se é para discutir a questão do
vale-alimentação, eu perguntaria para o Governo: qual a implicação que hoje tem
as licenças-saúde? São milhares de licenças-saúde dentro do Município e todos
esses ganham vale-alimentação. Se for questão de conceito, vale para um e não
vale para outro?! Não estou entrando no mérito, estou tentando apenas entender.
Se o Tribunal de Contas aponta que aqueles que pedem licença-saúde podem
receber o vale-alimentação porque se trata de uma licença involuntária,
enquanto que a aposentadoria é uma licença voluntária, são discussões que temos
que fazer e eu gostaria de saber os impactos financeiros disso. Na realidade,
são pessoas que dedicaram 30, 35 anos ao serviço público e são bons
funcionários. O que implicaria quatro, cinco meses pagando vale-alimentação a
eles? Qual o volume disso eu não sei, mas gostaria de saber. Volto a dizer: não
estou entrando no mérito, mas deixo apenas essa reflexão, porque acho
importante.
Hoje o vale-alimentação é pago em espécie, e
queiramos ou não, isso implica também no fator de remuneração, é um dinheiro a
mais; se o funcionário vai gastar ou não é uma outra história. Se o dinheiro
vai ser suficiente ou não, quando ele gastar para comer, é uma outra história.
Mas deixo essa reflexão, que acho importante se formos discutir a questão do
vale-alimentação, gostaria de discuti-lo no todo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Encerrada a discussão. Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Mauro Pinheiro e pela Ver.ª Fernanda Melchionna, o PLE nº
042/11. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Temos 05
votos SIM, 06 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Não há
quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 16h54min): Está encerrada a Ordem do Dia.
Apregoo
a solicitação do Ver. Pedro Ruas (Lê.): “Solicito, como Presidente Estadual do
PSOL, representar esta Casa na Audiência pública da Ouvidoria do TRE, promovida
pela Desembargadora Elaine Harzheim Macedo, Vice-Presidente, Corregedora
Regional Eleitoral e Ouvidora do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do
Sul, a realizar-se às 14 horas do dia 22 de maio de 2013, no Plenário da
Instituição, na rua Duque de Caxias nº 350, Porto Alegre, RS. No aguardo.
Atenciosamente, Pedro Ruas”. Deferido por esta Presidência.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu pensei que só houvesse em Porto Alegre, quando
ouvi a Ver.ª Sofia Cavedon reclamar. Ver.ª Sofia – desculpe sempre chamá-la –,
como é sobre escola e falta de professores, a senhora faz muito bem reclamar
quando é municipal. Agora eu queria fazer uma reclamação da Escola Estadual de
Ensino Médio de Araricá. Por que Araricá, Ver. Bernardino? Porque assim como é
em Araricá, onde estuda minha afilhada, e podem dizer: “Ah, é
porque a afilhada está reclamando”, mas é aí que tem que reclamar! E imaginem
quantas afilhadas, de quantas pessoas, estão sem aula porque o Governador Tarso
Genro, além de não cuidar da Segurança, além de não cuidar da Saúde, além de
não cuidar, além de não cuidar, além de não cuidar, também não cuida da
Educação! Também não cuida da Educação! Nós estamos no mês de maio, na metade
do mês de maio, e escolas em todo o Rio Grande do Sul estão com falta de
professores! Estão com falta de professores num Governo que fez, refez e vai discursar
em cima dos caminhões – ia em cima dos caminhões do CPERS! Ia! Ia! Agora não
vai mais! Agora não está indo mais porque está em dívida com os professores!
Porque está em dívida com a Educação! E, agora, está em dívida com as crianças
do Rio Grande do Sul, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio! Neste caso, eu
estou reclamando da Escola Estadual de Ensino Médio de Araricá! Para quem não
sabe, é ali perto de Sapiranga! Mas isso mostra que o Governo não cuida de
lugar nenhum do Rio Grande, dos Municípios pequenos, Delegado Cleiton – V. Exa.
que pertence a um Partido que preza muito a Educação, como todos nós prezamos.
Mas o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, o
Governo do Estado, a Secretaria da Educação, não estão cuidando do ensino no
Rio Grande do Sul! Eu nunca imaginei que isso fosse acontecer, assim como eu
nunca pensei que no Governo do ex-Ministro da Justiça, que andou para cima e
para baixo exibindo-se com o Pronace – que agora não existe mais, se fosse bom
o tal de Pronace, esse Ministro estava tocando, e não está –, que reclamava da
falta de cadeia, não fez uma cela sequer! E, agora, na Educação! O Governo do
Estado abandonou a Educação também. Mas não é possível, Ver.ª Sofia, no mês de
maio, faltarem professores em Araricá! Em Araricá!
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: É, é longe Araricá. É perto de Sapiranga, no meio de Parobé, naquela
região toda onde o PT fez bastante voto, onde parecia que o PT ia recuperar a
indústria calçadista. Não fez nada, não sabe como resolver! O PIB está
afundando por isso também, eles não sabem tratar essas coisas. O PT sabe muito
bem ser oposição! Quando eles eram oposição, eles sabiam de tudo! Eu não sei
que amnésia deu no PT, agora eles não conseguem se lembrar mais de nada! Eles
se esqueceram até de fazer cadeias, mas o mais triste de tudo é que esqueceram
de organizar com as escolas o número de professores necessários; isso
terminando já o terceiro ano do Governo! Eles não conseguiram colocar
professores em salas de aula no Rio Grande do Sul.
É uma pena, mas isso está acontecendo com o Governo
do Estado, Ver.ª Mônica Leal: o PT abandonou, esqueceu da Educação, como
abandonou a Saúde, a Segurança; como abandonou as pequenas, médias e grandes
cidades, o PT abandonou o Rio Grande!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; meus colegas Vereadores, Vereadoras;
senhoras e senhores, venho aqui em nome da minha Bancada do Partido dos
Trabalhadores, para dizer que, mais uma vez, este Brasil vai indo muito bem,
obrigado! Que o resgate histórico que estamos tendo nesses últimos dez anos faz
com que sejam os melhores dez anos do século para o Brasil. Estamos tendo a
inclusão social com o resgate da linha de miséria para a classe média de 40
milhões de habitantes, com todos os projetos que foram trabalhados. O Ver.
Cecchim esquece que o Governo dele foi quem criou uma lei proibindo o Estado de
criar escolas técnicas. Foi justamente no Governo Tarso Genro, como Ministro da
Educação, que foi refeita a legislação, e, no Brasil, são 250 escolas técnicas
federais criadas nesse período.
No sábado, a Presidente Dilma, na inauguração do
Estádio Mané Garrincha – a oposição critica muito que o Brasil não tem
capacidade de fazer obras –, disse que temos os pessimistas de plantão; essa é
a realidade!
Está aqui o representante do ex-Prefeito de
Cacequi, o Gil, que sabe que, só para Porto Alegre, repasses do Governo
Federal, entre o que foi repassado nesses dez anos e o que está previsto, são
R$ 5,2 bilhões; algo fantástico! Então, tem, sim, a turma dos pessimistas de
plantão: “Não vai dar certo, o Brasil está indo no caminho errado, os projetos
não existem...”.
Há quanto tempo não eram contratados novos
professores no Rio Grande do Sul? No último concurso, foram 5 mil novos
professores, mais de mil para a cidade de Porto Alegre. Como resultado do
último concurso, foram contratados mais de 5 mil professores para o Governo do
Estado. E agora, nos últimos dias, houve outro concurso público, com mais de 60
mil inscritos, e serão contratados mais 10 mil professores para o Rio Grande do
Sul.
Na última quinta-feira, aconteceu aqui a homenagem
aos 68 do PTB, e estava aqui o Secretário Busatto. Eu peço ao Ver. Cecchim que
entre na página da Secretaria de Obras e veja: 1.027 escolas de todo o Rio
Grande do Sul estão sendo reformadas dentro de um padrão de qualidade. Falar é
fácil.
Na carreira do funcionalismo público, prezados
Cleiton e Mônica, na Polícia Civil nunca houve um reparo de ganho, acordado,
construído, como nesse período. Óbvio, foi uma negociação. Veio aqui o Delegado
Müller, inclusive, para equiparar os Delegados aos Promotores. É uma conquista
histórica. Agora, isso se faz com o quê? Com vontade política, com decisão
política. Queremos debater muito mais esse tema com o convite que propusemos
que esta Casa fizesse ao delegado Ranolfo Vieira Júnior, para que venha a esta
Casa apresentar todos os projetos da Segurança pública para o Rio Grande do Sul
e para Porto Alegre.
E, hoje, a Presidente Dilma está em Pernambuco
inaugurando mais um grande navio da Petrobras, o Zumbi dos Palmares, como
também inaugurará mais um estádio de futebol lá. Quero dizer que na inauguração
do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, a Presidente Dilma disse para todos,
Sr. Presidente, que sempre há os pessimistas de plantão; precisamos daqueles
que analisem e vejam o que está sendo feito neste Brasil. Um grande abraço, e
muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Bernardino Vendruscolo reassume a
presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos às
O Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver Pedro Ruas.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; demais Vereadores e
Vereadoras, venho falar novamente das bombas de efeito retardado que o Prefeito
José Fortunati recebe do ex-Prefeito José Fogaça, que vêm se armando desde 2005
– como diz o nosso Líder da Bancada, Ver. Engº Comassetto, uma herança maldita
–, que, na minha opinião, Ver. Comassetto, já começaram a explodir. Mas o
Prefeito José Fortunati, político habilidoso, experiente, determinou que a PGM
realizasse uma espécie de sindicância e que fosse até a alguns órgãos para
verificar. Assim, a PGM foi até a SMOV, a Secretaria do Planejamento, a
PROCEMPA, e agora a Prefeitura, por meio da PGM, numa ação junto com o
Ministério Público, fez a Operação CUB, quando alguns funcionários públicos
acabaram sendo afastados, porque, na liberação de alvarás, havia uma agilidade
um pouco fora do comum para os problemas que nós sabemos que existem nessas
Secretarias, como na Secretaria de Urbanismo.
Parece que a coisa está ficando complicada, porque
acreditamos que isso vai além do que já foi, Ver.ª Mônica. O que nos preocupa é
que a Prefeitura só começou a tomar essas medidas a partir do momento em que
ela já estava sentindo que a coisa ia começar a estourar. Eu não tenho dúvidas
de que a PGM está começando a adiantar, junto com o Ministério Público.
Só quero relembrar algumas dessas bombas que, para
mim, devem explodir nos próximos dias: o caso da Sollus, empresa Reação; o caso
do assassinato do ex-Secretário Eliseu Santos; o ProJovem, que tem ex-Secretários
que são réus; o caso do convênio do Instituto Ronaldinho com a PROCEMPA –
Prefeitura Municipal de Porto Alegre; o caso da escuta telefônica feita pela
Polícia Federal, relacionada às obras do PISA e do Conduto Álvaro Chaves, que
estourou, explodiu; várias situações da Carris; outras graves denúncias
envolvendo o DMLU, inclusive a Prefeitura tendo de voltar atrás a respeito de
uma licitação que englobava uma única licitação para todos os sistemas de lixo
da Cidade; temos o caso do SIAT, são mais de R$ 6 milhões, e a PROCEMPA
contratou a mesma empresa que era para ter desenvolvido o SIAT, e nós sabemos
que há divergências entre a PROCEMPA e a Fazenda.
Quero dizer que acredito que a Operação CUB não
termina por aí, porque o Prefeito quer chegar mais longe e vai pegar outras
pessoas que já estão sendo investigadas. Mas quero alertar que, na minha
opinião, Ver. Cecchim, eu esperava que seria a bomba da PROCEMPA que iria
estourar mais rápido; acabou não estourando, mas vai estourar nos próximos
dias.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O
SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, eu já estava quase de saída, Ver. Janta, porque
já está quase na hora da janta, mas o Ver. Mauro Pinheiro, que tem um
informante formal lá na PROCEMPA, sempre tenta fazer média com o Prefeito
Fortunati. A maior vontade do Ver. Mauro Pinheiro é fazer parte da base do
Governo Fortunati, porque ele tenta, de todas as maneiras, jogar a
Administração Fogaça contra a Administração Fortunati, ou vice-versa! É que,
como ele está tanto tempo longe do Poder, levando uma surra de voto a cada
quatro anos, tenta fazer fofoca. Mas não vai levar, Ver. Mauro Pinheiro! O
projeto é um só.
Vocês tiveram 16 anos para fazer as barbaridades
que fizeram, para liquidar com a cidade de Porto
Alegre, para deixar só os meios-fios pintados, que era o que faziam: pintavam
os meios-fios de branco, davam uma pincelada lá nos meios-fios e diziam “olhem
como estão bonitas as ruas de Porto Alegre, todas pintadas”. Com exceção
do dinheiro que eles tomavam do DMAE e botavam para asfaltar alguns lugares; e
tem que asfaltar, é verdade, alguns lugares merecem, quase todos os lugares
merecem; mas só quando eles fazem é que está certo, quando outro Partido faz é
eleitoreiro!
Eu quero dizer para o Ver. Mauro Pinheiro que ele
fique tranquilo, porque se o Prefeito Fortunati está pedindo para investigar,
eu não conheço ninguém da base do Governo que não queira investigar o que está
errado. Eu não conheço ninguém! Eu não preciso ter nenhum assessor cedido para
me contar essas coisas e não fico esperando a bomba explodir.
A Cidade vai continuar trabalhando, mesmo que o
Ver. Mauro Pinheiro não queira! Ele fica urubuzando a Administração. Urubuzar é
como aquele corvo que fica voando... Ele não sabe onde tem uma carniça, mas
fica procurando. Isso que é urubuzar! É uma pena que um Vereador faça esse
jogo, que tente fazer fofoca. Não vai conseguir, Ver. Mauro Pinheiro! Não vai
conseguir botar a Administração Fogaça, a Administração Fortunati... Nós
fazemos parte desse projeto, para as coisas boas e para as ruins! “Aquilo que
for bom vai continuar”, dizia o Fogaça. “Aquilo que está bom vai continuar”,
diz o Prefeito Fortunati. E vai. Inclusive algumas coisas boas que o PT deixou.
São poucas, mas as que podemos aproveitar vamos aproveitar!
E não adianta mais fazer essas fofocas, Ver. Mauro
Pinheiro, não perca tempo! Nós queremos investigar tudo. E temos uma certa
coerência. Eu não assinei CPI nenhuma! Agora, sobre o que aconteceu com essa
Polícia Federal, Ministério Público, Meio Ambiente, eu não sei por que o Ver.
Mauro Pinheiro pensa diferente do PT do Estado – é um direito que ele tem. Mas,
quando interessa, o voo do urubu não sai; tem mau tempo. O voo do urubu só sai
com bom tempo, principalmente em cima do campo dos outros! Porque no campo
deles podem ter muitas carniças! E têm! Mas esse tal urubu não desce lá, porque
os próprios urubus amigos dele não os deixam compartilhar. Eu quero dizer que a
base do Governo Fortunati e do Fogaça; todos nós queremos corrigir o que está
ruim. Fiscalizar é a obrigação nossa; não é preciso ficar esperando a bomba
explodir. O Prefeito Fortunati se antecipou e mandou averiguar: onde estiver a
bomba, pode e deve detonar, porque só explode aquilo que tem que explodir. O
trabalho, a seriedade e a competência ninguém explode. A fofoca tem tempo
curto, e a mentira tem pernas curtas, Ver. Mauro Pinheiro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, nós queremos, em primeiro lugar,
agradecer ao Ver. Reginaldo Pujol a cedência do seu tempo em Comunicações.
Muito mais se presta esta manifestação, no dia de hoje, para agradecer aos
nossos colegas Vereadores, e também a todos que estiveram presentes aqui na
última quinta-feira, no Período de Comunicações, quando aqui ocorreu uma
homenagem ao nosso Partido Trabalhista Brasileiro – PTB. É importante, neste
momento, fazer uma retrospectiva daquele dia, quando aqui os militantes e os
filiados do PTB estiveram presentes, lotando o Plenário. Nós tivemos a presença
de diversos Vereadores que, inclusive, se manifestaram com relação ao nosso
Partido Trabalhista Brasileiro.
A proposição foi do Ver. Cassio Trogildo, que,
brilhantemente, de forma muito feliz, propôs essa homenagem aos 68 anos de
fundação do PTB, acolhida por todas as lideranças partidárias, como lembrou
aqui o Ver. Engº Comassetto, com a presença do nosso Secretário de Obras
Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, o Deputado Federal Busato; do
Secretário Maurício Dziedricki, da Secretaria de Economia Solidária e Apoio à
Micro e Pequena Empresa; o ex-Vereador Elói Guimarães, atual Secretário da
Administração, enfim, Secretários representando as Secretarias e Diretorias da
nossa cidade de Porto Alegre. O PTB, este Partido que tem as marcas de Getúlio
Vargas, as marcas de Alberto Pasqualini, as marcas de João Goulart, aqui foi
relembrado, rememorando as raízes trabalhistas, que são a fundamentação do
nosso Partido Trabalhista Brasileiro. Portanto, nós queremos nesta manifestação
agradecer a todos que estiveram aqui presentes, a toda militância que, aliás,
Sr. Presidente, lotou o Plenário, a nossa galeria, e, reagiram de uma forma
muito efusiva, muito emocionante com as manifestações dos demais colegas e das
Bancadas que aqui representadas, fizeram as suas manifestações de forma muito
especial, o que nos traz muito orgulho em participar deste Partido.
Então, agradeço em nome do nosso proponente, o Ver.
Cassio Trogildo, e também em nome do Ver. Brasinha, do Ver. Paulo Brum pelas
manifestações. Nós, Vereadores da Bancada do PTB, no exercício do mandato,
eleitos pelo povo, estamos muito felizes com o transcorrer deste momento tão
importante para o nosso Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro. Muito
obrigado, Sr. Presidente. Este é o registro que eu queria fazer neste momento.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Vereadoras, Vereadores, hoje a nossa Cidade acordou com
uma mensagem para a população em todos os jornais. Eu acho que não é uma
mensagem, mas uma ameaça para a população. A Associação dos Transportadores de
Passageiros de Porto Alegre vem aos jornais com um apedido de página inteira,
dizendo que eles estão tendo prejuízos. Mas quanto custa uma página dessas? E
eles colocaram a nota em todos os jornais de Porto Alegre! Quem tem prejuízo,
não coloca uma nota de página inteira em todos os jornais de Porto Alegre! Essa
mesma associação, de quem há tempos a população de Porto Alegre, os
trabalhadores de Porto Alegre são reféns, diz que está tendo danos de
proporções catastróficas no transporte coletivo de Porto Alegre porque a
passagem está custando R$ 2,85! Essa mesma Associação pede que a Prefeitura suspenda
o ISS e as taxas de contribuição com a EPTC. Mas eles já ganharam do Governo
Federal isenção na folha de pagamento! Eles já ganharam muito da população de
Porto Alegre quando fornece para a essa mesma população um transporte de
péssima qualidade, apesar de alguns colegas me dizerem que o transporte é o
melhor do mundo; do submundo deve ser o melhor transporte! Do submundo, porque
faz muito tempo, eu acho, que os colegas não andam de ônibus no Rio de Janeiro,
não andam em Florianópolis, não andam de ônibus em Curitiba e até em São Paulo.
É do submundo o nosso transporte que leva as pessoas abarrotadas dentro dos
ônibus, que não cumpre horário; o nosso transporte que é o segundo – mesmo com
essa redução – mais caro do País, e aí vem a ATP nos jornais ameaçar a
Prefeitura de Porto Alegre, ameaçar a população de Porto Alegre. Só faltou
dizer que os seus funcionários vão fazer greve.
Foi dito nesta tribuna, eu, dirigente sindical,
disse que não era para a ATP usar o cálculo dos rodoviários no cálculo da tarifa,
que estava sub judice! Quiseram
burlar a população de Porto Alegre usando esse cálculo da tarifa. Então paga.
Quem paga errado paga duas vezes!
Na calada da noite, numa assembleia não reconhecida
pela categoria, numa assembleia que continua no Tribunal, a ATP reconheceu,
para tentar tirar da população de Porto Alegre. E ainda dizem que a ordem
pública foi afrontada e ameaçada. Mas quem está ameaçando a ordem pública, quem
está afrontando a população de Porto Alegre são os tubarões do transporte, quando
não colocam banheiros para seus funcionários usar, quando não colocam uma sala
para os seus funcionários fazerem refeições, quando não permitem uma licitação
no transporte coletivo. Eles é que estão afrontando a ordem pública e o
bem-estar do povo de Porto Alegre, e vêm para a imprensa intimidar a
Prefeitura, a Câmara de Vereadores e a população de Porto Alegre. O mundo não
aceita mais máfia! As máfias, como mostrado no filme F.I.S.T, foram submissas
no meio sindical – tanto de trabalhadores quanto de empresários, mas, pelo
jeito, a Dona ATP não entendeu isso ainda; não entendeu quando ameaça a
Prefeitura, quando ameaça a Câmara de Vereadores e quando ameaça a população de
Porto Alegre! Mas, quando tem que abrir as suas contas, não abre! Manda para o
Conselho Municipal o orçamento do ônibus, mas não manda a nota mostrando quanto
custou o ônibus! Manda para o Conselho Municipal o orçamento do pneu, mas não
manda a nota de quanto custou o pneu! Manda para o Conselho Municipal o
orçamento do diesel, mas não manda
quanto pagou pelo diesel! Isso eles
não querem mostrar. Não mostram os pró-labores de seus diretores, não abrem a
caixa. E é uma caixa de Pandora o custo da passagem de ônibus em Porto Alegre.
Então, não pode vir uma concessão pública ameaçar a
população de Porto Alegre, não pode uma concessão pública vir ameaçar a
Prefeitura de Porto Alegre, não pode vir uma concessão, que diz aqui que não
tem dinheiro, gastar milhões em folhas de jornais, de página inteira, ameaçando
o transporte coletivo de Porto Alegre, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de
Porto Alegre. Isso é inadmissível num regime democrático; num regime em que as
coisas são decididas democraticamente não pode uma empresa ameaçar a população
de Porto Alegre, ameaçar os órgãos públicos desta Cidade.
Nós repudiamos essa atitude da ATP, que em nenhum
momento quis abrir esta caixa de Pandora que é o transporte coletivo de Porto
Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Bernardino Vendruscolo, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu
gostaria de, neste tempo, poder tratar um pouco mais sobre a falta de
professores e sobre a responsabilidade com Educação. No Governo do Estado, há
grandes esforços para nós não termos tanta itinerância nas escolas estaduais,
itinerância essa que é, sim, resultado de quase 20 mil contratos temporários
herdados do Governo anterior, pois, no contrato temporário, os professores se
desligam de uma hora para outra, não têm compromisso, não têm carreira, não têm
horário para construir com o seu grupo na escola um projeto
político-pedagógico. É muito complicado para um gestor lidar com esse nível de
itinerância, com esse nível de fragmentação de vínculos com professores, por isso que dois concursos – dois concursos! –, em três
anos, foram realizados. Ontem, 60 mil professores fizeram prova. No primeiro,
todos os aprovados foram chamados, e nós esperamos que, assim, essa situação vá
se alterando.
Agora, no Município
de Porto Alegre, nós sempre tivemos uma outra história – e na nossa
Administração nós nunca admitimos contratos temporários, as duas únicas
situações que aconteceram foram curtíssimas e muito criticadas: nós estamos na iminência
do término da validade do concurso de professor – concurso que foi prorrogado
por dois anos e encerra o prazo de validade de quatro anos agora em 15 de julho
– e nós já devíamos estar com um processo de concurso em curso. Por quê? Porque
não podemos ficar sem banco de professores concursados, sob pena de
enfrentarmos graves situações de não substituição, pois os nossos professores
estão, na maioria, com 40h e não conseguem ampliar turno e atender escolas.
Enquanto Comissão de
Educação, nós estamos tratando de situações como a que foi trazida pelo Ver.
Tarciso, da EMEI Ponta Grossa. Novamente, as mães ligaram para nós, pois as
escolas infantis estão com uma situação gravíssima de pessoal – e parece que de
forma generalizada –, então, a nossa Comissão fará uma pesquisa. Hoje,
inclusive, na assembleia do SIMPA, funcionárias da Escola Infantil Camaquã nos
informaram que estão fechando turmas, e os alunos, que deveriam ter turno
integral, estão chegando à tarde; bebês saem à uma hora ou chegam às três da
tarde, como é o caso do sobrinho do Ver. Tarciso, que, na Escola Infantil
própria da Prefeitura, chega às três horas da tarde. Então, nós estamos com uma
situação muito grave nas EMEIs municipais. Inclusive, para monitores, um cargo
em que outro adulto se reveza com o professor para cobrir o turno, não há
concurso. O último concurso já expirou no final do ano passado e não foi
realizado outro ainda pela SMED. E os estagiários estão segurando todas as
bases; estagiários, com todas as dificuldades; estagiários que estão
aprendendo, que deveriam estar sob supervisão de adultos. Então, eu trago aqui
uma situação muito grave. O Município de Porto Alegre não tem essa cultura do
contrato temporário, então não tem o que justifique esse problema sério de
pessoal.
E também recebi de
outra escola – e aí, sim, não é a primeira, nem a segunda situação –, a
situação do problema da integralização. As escolas estão integrando turno,
estão se transformando em turno integral, mas essa integralização está sendo feita de
qualquer maneira, Ver. Bernardino, e os professores estão questionando, e
muito. Eles estão ficando no horário do meio-dia; têm que ir aos sábados fazer
cursos; recebem para ir à aula, para fazer o curso, seja sobre alfabetização,
seja sobre integralização, um valor hora/aula muito mais baixo que o seu valor
hora/aula – não pode ser dentro da formação dos professores, são turnos a mais;
não há colchonetes suficientes para todas as crianças. Ou seja, a
integralização está acontecendo em várias escolas sem a estrutura necessária, a
ponto de as crianças criarem algum tipo de doença para irem embora mais cedo,
porque não estão bem, por mais que os professores se esforcem.
Num documento que eu recebi, os professores dizem
que constataram uma supervalorização da lógica economicista por parte do
Governo, com o enfraquecimento do ofício de mestre, já que agora eles realizam
tarefas. E exemplificam com o pacto da alfabetização, em que há uma pressão por
resultados arbitrários, expressos em avaliações padronizadas para o território
nacional, ignorando as necessidades para a aprendizagem dos alunos, assim como
outras necessidades. Também dizem que se trata de um modelo de gestão
autoritário e centralizador. Estou lendo aqui, Ver. Janta: modelo de gestão
autoritária e centralizadora, instalada na Educação da cidade de Porto Alegre,
prejudicando o cotidiano escolar. Então, ao lado da falta de professores, há
uma fala generalizada sobre o autoritarismo da SMED.
E a Secretária que não entenda como uma questão
pessoal da Ver.ª Sofia, mas é que essa situação está indignando os professores.
Eles têm que chegar às 7h30min na escola, são professores muito sérios, que não
deixam aluno sem aula, mas, por outro lado, a autonomia e a gestão democrática
estão sendo aviltadas.
Portanto, cuidado, atenção. E a nossa Comissão
voltará a discutir o tema das EMEIs, dos concursos, no final deste mês, pois
nós queremos apresentar sugestões, assim como apresentamos no caso da Educação
Infantil, uma tarefa que deveria ser do Município de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1466/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Complexo Viário Telmo Thompson Flores o conjunto de equipamentos
públicos integrado pela elevada de ingresso na Avenida Castelo Branco, a partir
da Avenida Júlio de Castilhos, e pelas elevadas de saída da Avenida Castelo
Branco, no sentido do Túnel da Conceição e da Avenida Mauá, localizado no
Bairro Centro Histórico.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0974/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/13, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede a Comenda
Porto do Sol à Impresul Serviço Gráfico e Editora Ltda.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Engº Comassetto está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
A SRA. MÔNICA
LEAL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum,
solicitada pela Ver.ª Mônica Leal. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Dez Vereadores presentes. Não há quórum.
Quero fazer um
agradecimento especial ao Sr. Yasser, de Livramento, pela acolhida que deu a
esta Presidência em Missão Oficial a Livramento. Muito obrigado.
Convido todos
os Vereadores para o almoço na Federasul, na quarta-feira, às 12h, e para a
Sessão Especial da Câmara, dia 27. Estaremos, oficialmente, a partir do dia 27,
em rede aberta.
Hoje, às 19h,
a Frentur vai discutir mais uma reunião, com a participação do Dr. Jaime Henrique Caldas Pereira, Diretor
de Obras de Engenharia da Infraero, que
versará sobre as obras e a expansão da pista do Aeroporto Salgado Filho.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h38min.)
* * * * *